Vejas as imagens do cerco da polícia na Praça Osório
A Polícia Civil espera a apresentação de Emanuélli Eluisi Gabardo Fonseca, a grávida que disparou um tiro de pistola na Praça Osório, Centro de Curitiba, na tarde de segunda-feira (4), para abrir inquérito que irá apurar por quais crimes a jovem deve responder. Segundo o superintendente Adolfo Rosevics, do 1º Distrito de Polícia Civil, ela incorreu em pelo menos quatro delitos: porte ilegal de arma, disparo em via pública (agravado pela arma ser de uso restrito), perturbação do sossego público e danos ao patrimônio.
Emanuélli teria sido encaminhada para uma clínica onde seria internada para tratamento psicológico após ameaçar se suicidar dentro de seu carro na Praça Osório. Depois de horas de negociação, ela furou uma barreira policial, chegando a atropelar uma motocicleta. A polícia iniciou uma perseguição que terminou com a grávida entregando a arma para a mãe. A família teria seguido, então, diretamente para a clínica de tratamento psicológico, que não teve a localização divulgada.
A Polícia Militar (PM) informou que ela deve se apresentar à Polícia Civil assim que for liberada da clínica. O coronel Jorge Costa Filho, chefe do Estado Maior do Comando de Policiamento da Capital, da PM, afirma que o procedimento é considerado normal, sem diferenças pelo fato de Emanuélli ser filha de policiais militares. "Além do tratamento psicológico, ela está grávida e precisa de acompanhamento médico", explica.
"A Polícia Militar teria que ter a conduzido para a Policial Civil. Por qual motivo não aconteceu? É nosso dever como polícia investigar o caso. Nós já poderíamos estar investigando", rebateu o superintendente. "Sem a apresentação a Polícia Civil e a Justiça são inertes, estão atadas. O que ela cometeu é crime, independente da classe social e filho de quem seja. Se não for assim é melhor jogar a Constituição no lixo", disse. Ao que tudo indica, Emanuélli não deve ser presa quando for apresentada. O flagrante, explica o superintendente, só existe enquanto persistirem as diligências.
Família de militares
A pistola utilizada por Emanuélli durante a ameaça de suicídio, de acordo com Costa, era da mãe, a soldado Silvana Gabardo, da Casa Militar. Segundo o coronel, um procedimento administrativo será aberto para apurar em que circunstâncias Emanuélli tomou posse da arma. "A mãe dela não cometeu nenhum tipo de crime. Ela tem autorização legal para ter a pistola", conta.
Além da mãe, o pai de Emanuélli, capitão Márcio Luiz Fonseca, é policial militar, da Cavalaria da PM. Segundo informações de um familiar da jovem, que não quis se identificar, os pais são separados há cerca de dez anos, e a jovem vive atualmente com a mãe e o padrasto, sargento Esio Bianchini, também da PM.
Tanto o pai como a mãe da jovem, de acordo com o coronel Costa, trabalham há quase 25 anos na PM e jamais tiveram problemas de conduta. "Sobre problemas familiares eu não posso comentar nada, não tenho conhecimento. Mas do ponto de vista profissional, não temos nada do que reclamar", diz.
Emanuélli está grávida de cinco meses de uma menina, que deve ser batizada de Luiza. O pai da criança também seria policial militar, de acordo com a família da jovem. A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou contato com familiares, que não quiseram se manifestar.
Horas de tensão
Na segunda-feira (4), Emanuélli mobilizou policiais civis e militares durante mais de quatro horas na Praça Osório, enquanto ameaça se matar por causa do fim de um relacionamento com seu namorado. Por volta das 20h, ela furou um bloqueio policial se chocando contra uma moto da PM. A polícia perseguiu a mulher com viaturas descaracterizadas. No final da noite ela entregou a arma para a mãe. A família seguiu diretamente para a clínica de tratamento psicológico, que não teve a localização divulgada.
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