Um dia depois de anunciar detalhes do crime, a Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC) alterou, nesta terça-feira (22), os rumos das investigações sobre o assassinado da universitária Louise Sayuri Maeda, que tinha 22 anos. Em coletiva realizada na segunda-feira (20), o delegado Marcelo Lemos de Oliveira, responsável pelo caso, afirmou que a principal hipótese era de que Louise, que trabalhava como supervisora em uma iogurteria, tivesse descoberto que duas colegas estariam desviando dinheiro do caixa. "Esta possibilidade sobre desvio de recursos está descartada. Adotamos outra linha de investigação, mas os detalhes não podem ser adiantados", disse.
Nesta terça-feira, proprietários e funcionários da iogurteria onde Louise trabalhava foram ouvidos pela polícia. Segundo Lemos de Oliveira, todos informaram que não foi constatado nenhum desfalque na contabilidade da empresa, o que levou a polícia a mudar o rumo das investigações. "Eram feitas auditorias diárias nos caixas e, em nenhuma delas, ficou constatado algum desvio", afirmou o delegado.
A polícia, no entanto, ressalta que as duas funcionárias da iogurteria identificadas como Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, e Márcia do Nascimento, de 21 anos -, presas no fim de semana, permanecem como as principais suspeitas de terem atraído Louise para uma emboscada que terminou com a morte da universitária. "A participação das duas está comprovada pelas investigações. O que precisamos apurar é a real motivação do crime", garantiu Lemos de Oliveira. O delegado acrescentou que a polícia continua as buscas por Elvis de Souza, de 20 anos, suspeito de participar do crime e que teve a prisão decretada pela Justiça.
O assassinato e versões
De acordo com a polícia, no dia 31 de maio, Louise saiu do shopping onde fica a iogurteria acompanhada de Fabiana. Elas teriam se encontrado com Márcia e Elvis, que as esperavam do lado de fora, em um carro prata. Em depoimento, Fabiana disse que Elvis dirigiu o automóvel até um matagal no bairro Campo do Santana, onde Márcia teria simulado estar passando mal. Após descerem do veículo, Fabiana teria recebido ordens para voltar ao carro. Instantes depois, Márcia e Elvis teriam retornado, sem Louise.
"Fabiana afirma que perguntou pela colega, mas que Márcia disse: "Louise ficou no mato", revela Lemos de Oliveira.
Márcia, por sua vez, afirma que após se encontrar com Fabiana e Louise, todo o grupo foi a um bar nas proximidades da Praça Rui Barbosa. Por volta da 1h30 do dia 1º de junho, ela teria sido deixada em casa, enquanto Fabiana, Élvis e Louise seguiram no carro. "A Márcia chegou em casa e a sogra dela viu e vai confirmar a versão. E Louise, Fabiana e Élvis continuaram no carro. A Márcia não viu mais nada do que aconteceu daí para frente", afirmou a advogada Ana Carolina Castro, que representa Márcia.
Na casa do pai de Elvis, a polícia encontrou sob o assoalho de um dos quartos a bolsa que Louise carregava no dia em que desapareceu. Segundo o delegado, esta é uma prova da participação do rapaz no crime. Até as 19h30 desta terça-feira, Elvis continuava foragido.
Corpo encontrado
O corpo da universitária foi encontrado na tarde de sexta-feira (17) em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Segundo a polícia, o cadáver encontrado na sexta-feira estava em avançado estado de decomposição. O reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico (de confronto de digitais) no IML. Além de trabalhar como supervisora na iogurteria de um shopping, no Centro da capital paranaense, Louise cursava Comércio Exterior na Faculdade Uninter.