- Sesp confirma que corpo encontrado é de Louise
- Corpo de universitária deve ser liberado no início da semana
- Duas mulheres são presas suspeitas de participar do assassinato de Louise Maeda
- Jovem desaparece após sair do trabalho em shopping de Curitiba
- Uma semana depois, família ainda não tem notícias de universitária desaparecida
- Em busca por pistas, amigos de desaparecida se mobilizam por mídia social
A polícia revelou, nesta segunda-feira (20), que a universitária Louise Sayuri Maeda, de 22 anos, foi vítima de uma emboscada, que teria sido articulada por duas colegas de trabalho. A principal hipótese é que Louise, que era supervisora de uma iogurteria em um shopping de Curitiba, teria descoberto que uma das funcionárias estaria desviando dinheiro do caixa. As duas colegas da vítima estão presas. Um rapaz de 20 anos está foragido.
As suspeitas foram identificadas pela polícia como Fabiana Perpétua de Oliveira, de 20 anos, e Márcia do Nascimento, de 21 anos. Elas trabalhavam na mesma iogurteria que Louise e foram presas madrugada de sábado (18), depois que a Justiça decretou a prisão temporária delas. Élvis de Souza, de 20 anos que, segundo a polícia, teria um relacionamento com Márcia também é suspeito de envolvimento no crime. Ele teve a prisão decretada.
O delegado Marcelo Lemos de Oliveira, da Delegacia de Vigilâncias e Capturas (DVC), informou que a emboscada teria sido articulada por Márcia. No dia 31 de maio, ela teria convencido Fabiana a atrair Louise, convidando-a para ir a um bar após o expediente. Em depoimento, Fabiana declarou que Márcia disse que "estava brava com Louise e queria dar uma bronca nela".
Execução
Após saírem do shopping, Louise e Fabiana se encontraram com Márcia e Élvis. De acordo com o depoimento de Fabiana, o rapaz teria dirigido o carro até o bairro Campo do Santana e estacionou em um matagal, após Márcia simular que estava passando mal. Todos teriam descido do veículo, mas Fabiana diz ter recebido ordens para voltar ao automóvel. "Ela [Fabiana] relatou que Márcia disse: Volta ao carro, tapa os ouvidos e aumenta o som do rádio", contou o delegado.
Instantes depois, Márcia e Élvis teriam retornado sem Louise. "Fabiana afirma que perguntou pela colega, mas que Márcia disse: "Louise ficou no mato", revela Lemos de Oliveira. Ainda de acordo com o depoimento de Fabiana, ela teria visto manchas de sangue na jaqueta de Márcia. Em buscas, a polícia encontrou uma peça de roupa semelhante à descrita e encaminhou para a perícia.
Márcia, por sua vez, alega que o grupo foi a um bar próximo à Praça Rui Barbosa, no Centro da capital. Por volta da 1h30 do dia 1º de junho, ela teria sido deixada em casa, enquanto Fabiana, Élvis e Louise seguiram no carro. "A Márcia chegou em casa e a sogra dela viu e vai confirmar a versão. E a Louise, a Fabiana e o Élvis continuaram no carro. A Márcia não viu mais nada do que aconteceu daí para frente", afirmou a advogada Ana Carolina Castro, que representa Márcia.
Motivação
O delegado disse que ainda há lacunas na investigação no que diz respeito à motivação do crime, mas apontou a principal hipótese é que o crime esteja relacionado a um suposto desvio de dinheiro no caixa da iogurteria onde a vítima e as suspeitas trabalhavam. Na casa de Márcia, a polícia encontrou R$ 2.250, valor que, para a polícia, é incompatível com os rendimentos da suspeita. "Ela ainda não soube explicar de onde veio esse dinheiro", disse Lemos de Oliveira.
A advogada de Márcia ressalta que sua cliente nega que tenha desviado dinheiro do caixa e que tivesse qualquer relacionamento com Élvis. "Ela é casada e tem um filho de três anos. O dinheiro [R$ 2.250] é proveniente das economias dela e do marido, e seria usado para construir uma casa", disse. Segundo Ana Carolina Castro, Élvis seria primo de Fabiana, que teria apresentado o rapaz a Márcia há apenas uma semana. A advogada acrescentou que, assim que tiver acesso aos autos, vai pedir a revogação da prisão de Márcia.
Na coletiva, a polícia afastou qualquer possibilidade de o crime estar relacionado a investigações sobre tráfico de drogas em shoppings de Curitiba, como chegou a ser veiculado por alguns veículos da imprensa.
Em buscas na casa do pai de Élvis, a DVC encontrou a bolsa que Louise carregava na noite do homicídio. "A sacola estava sob o assoalho de um dos quartos", disse o delegado. Segundo a polícia, o suspeito tem um carro semelhante ao usado no crime: um Gol prata de duas portas.
Na apresentação realizada nesta segunda-feira, também estiveram presentes o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinicius Michelotto, além de autoridades policiais, do Instituto Criminalística e também do Instituto Médico Legal (IML).
Corpo encontrado
O corpo da universitária foi encontrado na tarde de sexta-feira (17) em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Segundo a polícia, o cadáver encontrado na sexta-feira estava em avançado estado de decomposição. O reconhecimento foi feito por meio de um exame papiloscópico (de confronto de digitais) no IML. O resultado do procedimento foi confirmado oficialmente pela Sesp por volta das 21 horas de sexta-feira (17), por meio da assessoria de imprensa.
O corpo ainda foi examinado no Instituto Médico Legal (IML) nesta segunda-feira (20) e deve ser liberado na terça-feira (21), segundo a Sesp. O Instituto Médico Legal (IML) revelou que o corpo tinha uma marca de tiro na cabeça e mais exames eram realizados, como a coleta de material das unhas e de outras partes do corpo, para eventuais perícias solicitadas ao longo das investigações criminais. A polícia confirmou que a jovem recebeu pelo menos dois tiros na cabeça, já que foram encontrados dois projétis no crânio de Louise.
CrimeLouise desapareceu após sair do trabalho, em Curitiba, por volta das 22h45 do dia 31 de maio. Ela trabalhava como supervisora na iogurteria de um shopping, no Centro da capital paranaense, e cursava Comércio Exterior na Faculdade Uninter.
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