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Delegada Camila Cecconello  (à esq.) coordenou a operação | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Delegada Camila Cecconello (à esq.) coordenou a operação| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

O homem acusado de ser um dos principais distribuidores de drogas da região do bairro São Francisco e do Centro de Curitiba e outros três suspeitos foram presos na noite da última quarta-feira (14) pela Divisão de Narcóticos da Polícia Civil. De acordo com a responsável pela operação, delegada Camila Cecconello, os suspeitos não têm ligação com a violência sofrida pelo dono de um restaurante vegetariano que foi ameçado e teve o estabelecimento depredado, mas a droga vendida na rua era fornecida por esse grupo.

Dono de restaurante vegetariano da São Francisco deixa o Brasil após ameaça e depredação

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Um dos suspeitos é paraguaio e é acusado de trazer a droga da região de Foz do Iguaçu para a capital. Todos eles foram presos em flagrante pela polícia em uma abordagem na saída de uma residência no bairro Sítio Cercado, na região Sul de Curitiba.

Na casa, foram encontrados cinco quilos e meio de crack, um quilo de cocaína e uma balança de precisão, além de uma pistola e R$ 400. Em seguida, os policiais também foram a uma casa e em um hotel, na região Central, onde estava hospedado o paraguaio. Nos dois locais do Centro foram apreendidos 74 quilos de maconha e quase seis quilos de crack. A polícia também encontrou R$ 500 dólares e 190 mil guaranis, moeda paraguaia, o que equivale a pouco mais de R$ 100.

A Denarc investiga o grupo há pouco mais de dois meses. A operação foi deflagrada uma semana depois de o empresário Raphael Viana ter o restaurante, o Capivara Vegetarian, depredado e decidir deixar o país após ameaças de traficantes da região da Rua São Francisco.

“Não dá para vincular diretamente ao que aconteceu (com o empresário)”, afirmou a policial. Segundo Camila, diariamente, o líder do grupo distribuía as drogas em pequenas quantidades para traficantes da região central que, por sua vez, repassavam para microtraficantes.

A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos presos. Em coletiva de imprensa convocada pela Denarc, os presos foram “apresentados”, mas também não quiseram se pronunciar.

Comerciantes

A delegada afirmou que uma das principais dificuldades encontradas pela polícia para prender os traficantes da região central é a forma de distribuição das quadrilhas, pois elas repassaram poucas quantidades. Assim que as polícias chegam à região, as drogas são escondidas rapidamente. O problema é que, de acordo com ela, alguns comerciantes são coniventes, por medo de represálias.

“Muitos denunciam, mas muitos são coniventes. Não estão ali em parceria com a polícia”, disse a delegada. Camila informou que nenhuma informação do caso envolvendo o empresário teve relação com a operação deflagrada na quarta-feira.

Restaurante Capivara Vegetarian foi depredado na última semanaRodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo

O caso Capivara Vegetarian

Um adolescente e um adulto, de 17 e 23 anos, foram reconhecidos pela vítima e foram presos na última quinta-feira (8) sob acusação de depredação ao Capivara Vegetarian, restaurante vegetariano da Rua São Francisco. O homem deve ser indiciado por corrupção de menores, dano qualificado, lesão corporal e ameaça e continua preso. O adolescente responderá a ato infracional por dano, lesão e ameaça. Ele foi encaminhado para um Centro de Socioeducação e Casa de Semiliberdade.

A depredação do restaurante seria uma retaliação por Raphael Viana, o dono, ter delatado um esconderijo de maconha. Mesas, cadeiras, expositores e equipamentos eletrônico foram destruídos, em prejuízo estimado de R$ 10 mil. Ele deixou o país na última segunda-feira (12) às pressas.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) informou, em nota, que “forneceu toda a estrutura necessária para atender o comerciante e reforçou o policiamento preventivo e ostensivo no local”. Também foi oferecida a Viana a possibilidade dele ingressar no Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas, mas ele declinou. “Rejeitei o serviço de proteção a testemunha ofertado pelo governo, pois além de não onerar o Estado, não precisarei passar por um processo maçante, onde estaria mastigando o ocorrido”, disse.

Em nota, a Polícia Militar (PM) informou que além dos dois depredadores, outro adulto e mais dois adolescentes foram encaminhados à delegacia. “O 12.º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento na região, informa que o policiamento preventivo está sendo feito diariamente na região central de Curitiba por meio da radiopatrulha e policiamento a pé. Desde o início do mês, esta área também conta com a realização da operação Natal, devido a maior circulação de dinheiro no comércio”, diz a nota.

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