Um pacto de "nunca se entregar" existente entre o grupo criminoso que matou o delegado José Antonio Zuba e do servidor municipal Adílson da Silva, na terça-feira da semana passada, confirma a dificuldade que a polícia terá para localizar o último foragido caçado por policiais do Paraná e Santa Catarina em matas catarinenses desde quinta-feira e não encontrado até o encerramento desta edição. A ordem, comum em facções criminosas e confirmada por um detido, está sendo seguida à risca pelo homem identificado como Paulo "Tutancamon", o que traz incertezas aos investigadores.
Para o delegado-chefe do Centro de Operações Policiais Especiais do Paraná (Cope), Hamilton da Paz, existem duas situações: ou Tutancamon conseguiu fugir ou está morto na mata, na região de Joinville (SC). E isso pode refletir em alguma reação futura, acredita Paz, já que bandidos podem voltar para vingar a morte de Felipe "Tex" e Paulo Aparecido Alves de Abreu "Gauchinho", em confronto policial há quatro dias. Francisco Vidal Coutinho, 20 anos, preso no dia da morte de Zuba, disse em interrogatório que o grupo faz parte de uma facção criminosa, da Favela da Rocinha, do Rio de Janeiro.
Estratégia
O cerco ao foragido continuava ontem. Porém, o efetivo diminuiu, conforme o coordenador das operações. São três equipes do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), além de policiais do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre). Desde sábado, não houve o recebimento de nenhuma denúncia, lembra o delegado. Nos últimos dias, todas as edificações da região de fuga foram vistoriadas, desde a Serra de Dona Francisca até o Rio Bonito (Joinville), o que totaliza uma distância de 9 quilômetros. "Não temos nenhuma evidência de que ele esteja vivo ou morto", garante Paz.
Segundo o delegado, o grupo de quatro homens estava muito bem estruturado. Em interrogatório, Coutinho disse que estavam pela primeira vez no Paraná. "Vieram se aventurar", diz o delegado. O intuito do grupo era assaltar mansões de Curitiba. Além das cinco pistolas, granada e submetralhadora israelense, encontradas em uma mochila na beira da estrada após o confronto policial, em Pirabeiraba (SC), na quinta-feira, foram achados detectores de presença instalados ao lado das duas barracas montadas no camping Olho D Água, em Pontal do Paraná, onde Zuba e Silva foram mortos durante uma abordagem policial.
Para a moradora de Pirabeiraba, Ivone Dunke, o clima foi de mais tranquilidade no fim de semana. Proprietária do galpão que é usado pela polícia, ela confirma que o efetivo policial diminuiu. "A polícia tem avisado que ele não está mais aqui. Não precisamos mais ter medo", afirma.
Serviço:
Quem tiver informações sobre o paradeiro do fugitivo pode entrar em contato com a polícia pelos telefones (41) 3420-3666, (41) 3284-6562, (41) 3284-6536 ou 190.
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