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Em Ponta Grossa

Policiais civis cruzam os braços para protestar contra superlotação

A paralisação dos policiais civis do Paraná, realizada nesta terça-feira (13), teve 100% de adesão dos investigadores e escrivães de Ponta Grossa e de toda a região dos Campos Gerais. Dos 68 funcionários, apenas os delegados e os plantões trabalharam nesta terça. Os outros 60 policiais ficaram concentrados nas delegacias. A paralisação foi convocada pelo Sindicato das Classes Policiais do Paraná (Sinclapol) depois que um agente carcerário foi morto durante uma fuga numa delegacia de Colombo, na região metropolitana de Curitiba. Com a paralisação, os serviços de investigação e identificação foram suspensos. Apenas casos de urgência e emergência foram atendidos. Segundo o diretor do sindicato para o interior do Paraná, Elter Taets Garcia, a paralisação dos policiais civis foi motivada pela custódia de presos em delegacias e pelo baixo número de policiais, além do desvio de função. Garcia explica que na região dos Campos Gerais existem casos graves de superlotação. "Em Castro, por exemplo, nós temos capacidade para 42 presos e, atualmente, existem 120 internos. Já em Imbituva a delegacia tem vaga para 8 detentos e hoje está com 43." Em Imbituva, segundo informações de Garcia, recentemente houve casos de sarna e tuberculose. "São doenças contagiosas que oferecem risco tanto aos presos quanto aos familiares e policiais." De acordo com o sindicalista, para que Ponta Grossa e os Campos Gerais tivessem um quadro adequado seria necessária a contratação de pelo menos 43 policiais – entre investigadores, escrivães e delegados. Para o presidente do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), em Ponta Grossa, Henrique Henneberg, o que motivou a paralisação de 24 horas dos policiais civis terça (13) – a morte do policial em Colombo – poderia ter ocorrido em qualquer lugar do estado. Ele citou a situação do presídio Hildebrando de Souza, em Ponta Grossa, que tem cerca de 600 presos num espaço projetado para 200 detentos. "É um risco para qualquer agente ou policial." Portas fechadas

"Fui fazer a identidade do meu filho e dei com a cara na porta", reclama a secretária Daniele Budzniak. Ela procurou o Instituto de Identificação em Ponta Grossa logo nas primeiras horas da manhã e alega que não sabia que os serviços estariam paralisados.

"Acho que eles tem todo o direito de reivindicar mais segurança. Como vão nos oferecer segurança se nem mesmo eles têm isso, mas seria bom avisar a população", pondera.

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