O Plano Nacional de Prevenção da Gripe Aviária, lançado nesta sexta-feira pelo governo federal, foi recebido com alívio pela cadeia produtiva de aves do Paraná. Produtores e exportadores acreditam que as medidas de prevenção sanitária que começam a ser desencadeadas serão fundamentais na recuperação da atividade. Castigado com os embargos provocados pelo ressurgimento da febre aftosa e a redução no consumo mundial, por causa da gripe aviária, o setor iniciou o ano em retração, cortou postos de trabalho, reduziu salários e desacelerou a produção.
Domingos Martins, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), explica que o plano é bem recebido porque foi definido numa parceria entre a iniciativa privada e o governo federal. "Temos certeza que o vírus não vai chegar ao Brasil, mas temos que monitorar a situação e, principalmente, vender eficiência lá fora", disse Martins. De acordo com o dirigente, a iniciativa é uma maneira de o Brasil mostrar que está organizado e se preparando para eventuais adversidades.
Na avaliação de Martins, a regionalização da avicultura é um dos pilares de sustentação do programa. Ela cria condições para que os estados definam seu zoneamento e mantenham o controle sanitário de suas divisas. Será, inclusive, proibido o trânsito interestadual de aves vivas. Também serão definidos corredores sanitários, rotas que poderão ser utilizadas com segurança por todos os elos da cadeia produtiva.
A implantação do plano começa com o treinamento de 1.700 técnicos, a custo de R$ 10 milhões. Durante o lançamento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não espera que a doença chegue ao país. As aves migratórias são as principais responsáveis pela propagação do vírus H5N1, detectado até agora na Europa, África e partes de Ásia. A doença já matou 109 pessoas desde 2003.
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, concordou com Lula ao dizer que as possibilidades de a doença chegar ao Brasil são remotas. Mas destacou a preocupação do país com os efeitos secundários, como a redução mundial do consumo de carne de frango e a queda dos preços de produtos como milho e soja. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Em 2005, vendeu 2,8 milhões de toneladas para cerca de 150 países, por US$ 3,5 bilhões.
Para demonstrar que o consumo de carne de frango cozida não oferece risco à saúde, depois de anunciar o plano, Lula, ministros e convidados participaram de uma degustação de pratos feitos à base de frango na sede da Embrapa.
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