Lama do rompimento da barragem da Samarco chegou ao mar em novembro e pelo Espírito Santo| Foto: Fred Loureiro/ Secom-ES/Fotos Públicas

Doze dias depois de apontar a possibilidade de o arquipélago de Abrolhos, no sul da Bahia, ter sido atingido pela lama de rejeitos minerais da Samarco, a presidente do Ibama, Marilene Ramos, disse nesta terça (19) que inspeções do órgão mostram que isso não ocorreu.

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Segundo ela, a informação de que os resíduos da barragem de Mariana (MG) haviam chegado a uma das áreas de maior diversidade de corais do Atlântico foi dada “por precaução”, mas “ao que tudo indica até o momento não é o caso”.

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“Nós estamos aguardando ainda as análises que não ficaram prontas. As análises de metais pesados são mais demoradas, mas as próprias inspeções que se seguiram estão indicando que a turba lá de Abrolhos tende a não ser decorrente do que está chegando ao rio Doce”, respondeu à reportagem durante entrevista após uma reunião com representantes da Samarco, em Belo Horizonte.

No último dia 7, a presidente do órgão afirmou que uma inspeção havia detectado uma mancha de lama no local e que, “pelo aspecto visual”, ela viria do rio Doce, por onde os rejeitos minerais foram transportados até desembocarem em Linhares (ES).

No entanto, análises do movimento da mancha feitas pelo governo do Espírito Santo já apontavam que a lama ainda não havia chegado à Bahia. A Samarco também havia dito que a possibilidade de a lama ter alcançado Abrolhos era “muito baixa”.

A mineradora, cujas donas são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton, chegou a colher amostras da água para avaliação em laboratório. Pesquisadores do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, ligado à Marinha, também foram à região para fazer coletas.

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Depósito

As afirmações da presidente do Ibama foram feitas na AGU (Advocacia-Geral da União) em Belo Horizonte após encontro do advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, e procuradores do Espírito Santo e de Minas Gerais com representantes da Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billiton.

No encontro, governos e empresas discutiram a possibilidade de um acordo para a utilização de R$ 20 bilhões na recuperação da bacia do rio Doce nos próximos anos.

As partes se reunirão nos próximos dias para decidir como os recursos serão aplicados. As empresas deveriam depositar em juízo R$ 2 bilhões nesta quarta (20), mas os governos e a União deram um prazo de 15 dias para que esses valores sejam usados para iniciar o plano de recuperação ambiental.