Professores da rede municipal de ensino de Curitiba decidiram entrar em greve a partir da próxima segunda-feira (11). A categoria reivindica a implantação imediata do novo plano de carreira, já elaborado pela prefeitura, mas com incorporação total prevista para daqui a dois anos. A paralisação é por tempo indeterminado.
A adesão à paralisação a segunda do ano foi aprovada em assembleia realizada em 31 de julho. Em março, a greve dos professores da capital chegou a fechar 71% das escolas municipais.
De acordo com o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac), pais e alunos estão sendo avisados sobre o movimento da próxima semana. Além disso, equipes do sindicato devem percorrer as instituições de ensino durante o dia para reforçar a orientação e chamar os professores e pedagogos para a greve. Uma prévia da adesão à paralisação deve ser divulgada no fim desta sexta-feira (8).
A presidente do Sismmac, Andressa Fochesatto, explica que, além de pedir a implantação imediata do novo plano, professores e pedagogos pedem também a revisão de alguns pontos não admitidos pela categoria, como os que dizem respeito aos critérios para estabelecer o crescimento profissional na área.
Entre estes tópicos estaria a porcentagem oferecida para quem passa do título de especialista para mestre. O sindicato aponta que, ao contrário do plano atual, que oferece ganho de 21% sobre o salário, a nova proposta contempla aumento de 20%. "Comparando com o plano anterior, vemos isso como uma perda para a categoria", afirma.
Segundo Sismmac, cálculos realizados com o apoio do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que a implantação parcelada do novo plano de carreira, como está previsto pela prefeitura, geraria perda de até R$ 17 mil para profissionais com mais tempo de rede.
O novo plano de carreira para o magistério terá um custo anual de aproximadamente R$ 78 milhões para os cofres públicos municipais. A proposta está sendo analisado pela Câmara Municipal e a expectativa é de que seja aprovado e sancionado nos próximos meses.
A partir da próxima segunda-feira, com o início da paralisação, professores deverão realizar mobilizações constantes na cidade, principalmente na Câmara Municipal, onde tramita o projeto. "Sabemos que a implantação imediata depende do plano da lei orçamentária [LOA, que é uma previsão de todas as receitas e autorização de despesas públicas para o ano seguinte]. Então, para 2014 não tem como. Mas estamos pedindo para que toda a adesão ao plano comece a valer a partir de janeiro de 2015", acrescenta.