Professores das universidades estaduais se organizam para parar as atividades, algumas mesmo antes do início do ano letivo. A revolta dos docentes de ensino superior do estado ocorre por causa do "pacotaço" encaminhado pelo governador Beto Richa (PSDB), que atinge direitos do funcionalismo público. Por parte dos professores universitários, a principal reclamação refere-se a medidas do governo que afetariam a autonomia universitária.
O governo anunciou na quarta-feira (4) duas medidas que mexem diretamente com as universidades estaduais: uma que limita a verba destinada às instituições e outra que inclui a folha de pagamento dos professores no chamado Meta 4, base de dados onde estão os demais servidores públicos do estado. Para os docentes, isso fere a autonomia universitária, pois limita as instituições no âmbito financeiro.
Paralisações
Os professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) já definiram o início da paralisação geral para a próxima terça-feira (10), um dia depois do início do ano letivo. Na segunda-feira (9), de acordo com o presidente do Sindicato dos Docentes da UEPG Marcelo Bronosky, será feita uma recepção aos calouros e alunos veteranos para informá-los sobre a situação de greve.
Nas demais universidades, segundo membros de sindicatos ouvidos pela reportagem, o clima dos professores é de insatisfação e a greve deve ser aprovada nas instituições.
Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Norte do Paraná, o sindicato dos professores da universidade (Sindiproaduel) marcou para terça-feira a assembleia, segundo o presidente do sindicato, Renato Lima Barbosa. "A reposta que o funcionalismo vai dar é na mesma proporção que o governo está dando com o 'pacotaço'. A autonomia universitária vai ser retirada para ele (Richa) gerenciar a verba das universidades. Isso fere a Constituição", diz.
O mesmo sindicato reponde pelos professores da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) e da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Nas duas instituições, a paralisação deve ser decidida durante a próxima semana.
A Seção Sindical dos Docentes da UEM (Sesduem), durante assembleia realizada na quarta-feira, decidiram pelo indicativo de greve. A paralisação será votada em nova assembleia no sia 23 de fevereiro. Ainda haverá assembleias para definir paralisações dos docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) na quarta-feira (11); da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) na segunda-feira (9).
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