Professores da rede estadual de São Paulo decidiram manter a greve da categoria, iniciada em 16 de março. Os grevistas fizeram uma assembleia na tarde desta sexta-feira (22), na avenida Paulista, na região central.
Por volta das 16h30, o grupo que se reunia no vão-livre do Masp (Museu de Artes de São Paulo) iniciou uma passeata em direção à praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação. Com isso, a avenida Paulista foi interditada no sentido Consolação.
A Polícia Militar estima em torno de 3 mil pessoas no protesto. Já a Apeoesp (sindicato docente) aponta que o número chega a 20 mil - nas assembleias anteriores, a entidade calculou o público em pelo menos 40 mil.
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, reconheceu também que a adesão à greve diminuiu nos últimos dias. Agora calcula em 45%. Antes, a estimava estava em mais de 60%.
No início do mês, levantamento da Folha de S.Paulo mostrou que nas maiores escolas da capital o percentual era de 15%. “Mas ainda temos uma mobilização suficiente para manter a greve”, disse Noronha nesta sexta.
Os professores estão em greve há 68 dias e já se aproxima da maior da história da rede, que durou 80 dias, em 1989.
A categoria pede reajuste salarial de 75%, patamar exigido para que o salário dos professores se equivalha ao dos demais profissionais com ensino superior. O cálculo é do sindicato.
O governo Alckmin afirma que já concedeu reajuste há menos de um ano e que vai apresentar proposta de aumento no mês que vem. O último reajuste foi dado em julho de 2014. O piso da categoria é de R$ 2.416 (jornada para professor do ensino médio, com jornada de 40 horas semanais).
Na última quarta (20), o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu ao governo de São Paulo o direito de suspender o pagamento dos salários dos professores em greve.
O governo estadual recorreu ao STJ após o Tribunal de Justiça de São Paulo determinar o pagamento dos trabalhadores durante a paralisação. O argumento do governo Alckmin foi de que a liminar representou gastos de aproximadamente R$ 42,5 milhões só no mês de março.
Segundo o Executivo paulista, na ocasião, saíram dos cofres públicos R$ 18,9 milhões para a contratação de professores substitutos, com objetivo de evitar a interrupção das aulas, e mais R$ 23,7 milhões em salários aos trabalhadores em greve.
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