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Paralisação da educação

Professores em greve fazem protestos, buzinaço e passeata em Curitiba

Em passeata pelas ruas do Centro da cidade, professores carregaram um caixão | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Em passeata pelas ruas do Centro da cidade, professores carregaram um caixão (Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)

A APP-Sindicato, entidade que representa os servidores da educação, organizou dois protestos na manhã desta quinta-feira (14) em Curitiba, em frente à Delegacia da Receita Estadual, na Rua Lourenço Pinto, e também em frente à Secretaria de Estado da Fazenda, na Avenida Vicente Machado. Desta vez, o mote principal da mobilização dos professores, em greve há 18 dias, teve ligação com a situação financeira do governo estadual, que alega nesta data-base não ter como conceder aos servidores estaduais um reajuste de 8,17%, índice correspondente à inflação dos últimos 12 meses medida pelo IPCA.

Confira a manifestação dos professores na Receita Estadual

Professores protestam em frente a Delegacia da Receita Estadual e questionam destino do dinheiro do estado.

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Na Delegacia da Receita Estadual, quase 100 professores começaram a protestar por volta das 9h30. Cerca de 20 motoristas de vans e ônibus escolares particulares, que perderam clientela durante a greve, engrossaram a mobilização. Eles fizeram dois “buzinaços” na região.

A Delegacia da Receita Estadual, de acordo com a APP-Sindicato, também se tornou alvo dos manifestantes em função das investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, que apura casos de corrupção na Receita Estadual. O Gaeco já denunciou 62 pessoas, entre auditores fiscais, empresários e contadores, envolvidas em casos como cobrança de propina para reduzir dívidas de ICMS. “Onde foi parar o dinheiro do Paraná?”, gritaram os manifestantes. Coincidentemente, horas antes da chegada dos manifestantes, o Gaeco cumpria mandados no local, em decorrência dos desdobramentos da investigação em Londrina.

Em seguida, antes das 10h30, o grupo seguiu em marcha para a Secretaria Estadual da Fazenda (Sefa), onde cerca de 500 pessoas protestaram na entrada do prédio, reforçada por seis seguranças. Os manifestantes protocolaram na Sefa um documento registrando quais eram as posições da categoria em torno da discussão sobre a data-base. Para a APP-Sindicato, o estado tem condições de aplicar o reajuste com base no IPCA.

O ato na Sefa reuniu cerca de 500 pessoas e chegou ao fim por volta das 12 horas. Durante a mobilização, a categoria foi surpreendida por um uma nota divulgada pela Agência Estadual de Notícias (AEN), órgão de comunicação oficial do governo do Paraná, na qual é anunciada uma série de decisões, entre elas a concessão de um reajuste de 5% aos servidores, “a ser pago em duas parcelas, conforme a capacidade orçamentária e financeira do estado”. O governo estadual informou ainda que considera encerradas as negociações com todos os sindicatos de servidores e que vai abrir processos contra diretores de escolas “para apurar casos de insubordinação”.

A informação foi repassada aos manifestantes pelo presidente da APP-Sindicato, Hermes Silva Leão, que reagiu com duras críticas à gestão Beto Richa (PSDB). “Repudiamos completamente esta posição do governo estadual, que age de forma autoritária, tirana”, afirmou ele. O comando geral da greve fará uma reunião às 9 horas desta sexta-feira (15) para definir os próximos passos da mobilização.

Faixas para o protesto dos professores começaram a ser colocadas em frente à Receita Estadual por volta das 9 horas | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

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