Professores lançam campanha para combater violência nas escolas

Após o assassinato em junho do diretor do Centro de Ensino Fundamental 9 do Núcleo Rural Lago Oeste, o Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) lançou nesta quinta-feira (14) uma campanha contra a violência nas escola.

Segundo investigações da Polícia Militar, Mota foi morto por um traficantes e dois ex-alunos por combater o uso de drogas dentro da escola. O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, afirma que o problema não se restringe ao Distrito Federal.

Isso acontece em todos os cantos do país e a sociedade começa a pagar um preço muito caro pela ausência do Estado na formulação de políticas para a juventude, avaliou. Márcia Brants, que assumiu a direção da escola do Lago Oeste, também já recebeu ameaças de morte.

"A solução hoje é conscientizar os alunos de que nós somos parceiros para construir uma escola melhor. Tem que ser uma parceria entre aluno e professor. Eles também estão preocupados com essa situação, afirmou a diretora. A aluna do colégio Maria Aparecida, 19 anos, diz que é ruim estudar em um clima tenso. A gente espera que a justiça seja feita.

Para Roberto Leão, a escola não pode ser a única responsável pelo combate ao problema da violência. Por muito tempo acreditou-se que essa questão se resolvia na família e na escola Hoje as famílias trabalham e não têm condições de acompanhar o crescimento dos filhos, a escola acaba sendo o único aparelho social que atende essas crianças, avalia.

Ele defende como solução o debate sobre o tema e a construção de espaços para atender os jovens, como escolas em tempo integral. A responsabilidade do Estado não é só reprimir, mas prevenir, acredita.

Além de material publicitário, a campanha do Sinpro-DF quer promover trabalhos de conscientização nas escolas. Segundo a diretora da entidade Rosilene Corrêa, o objetivo é chamar a atenção para as múltiplas formas de violência que atingem a escola, o professor, os alunos e a comunidade.Mas não adianta a escola se empenhar se a sociedade e o Estado não estiverem envolvidos, aponta.