| Foto: Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo

Um projeto social no Ceasa de Curitiba está evitando que mais de 150 mil quilos de alimentos que não seguem um padrão de comercialização em mercados, feiras e sacolões parem no lixo todos os meses. Se não fosse reaproveitado, esse montante incorporaria diariamente cerca de 50 toneladas de resíduos gerados na Ceasa da capital. Seriam 7,6 mil quilos a mais de alimentos descartados por dia, caso o Banco de Alimentos, o programa que evita esse desperdício, não estivesse funcionando. Por meio da ação, o índice de desperdício no Ceasa não ultrapassa 12%. No Brasil, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), 30% da comida produzida segue para a lata de lixo.

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Esse reaproveitamento garante a alimentação de pelo menos 210 famílias em situação de vulnerabilidade social e econômica, doenças pré-existentes, como obesidade, diabetes e desnutrição. Quase 70% dos assistidos têm renda familiar de apenas um salário mínimo por mês. Há ainda o público atendido por 140 instituições sem fins lucrativos. Todos passam antes por um cadastro e podem buscar, semanalmente, verduras, frutas e legumes. “Cada família e instituição vem um dia da semana, deixamos em aberto para se programarem. Procuramos atendê-las de acordo com a disponibilidade dos produtos e o gasto deles em casa”, comenta o gerente do Banco de Alimentos no Ceasa, Gilmar Pavelski.

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Os atendidos, assinala Pavelski, saem do Ceasa com aproximadamente 20 quilos de alimentos. Na terça-feira (7), por exemplo, isso poderia incluir produtos como vagem, tomate, manga, limão e abóbora. “É a feira da semana”, brinca o gerente, ao reforçar que os alimentos doados estão todos em boas condições de consumo. “O que pode acontecer é o alimento estar com um pouco de maturação mais elevada, como o mamão e tomate mais maduros”, explica.

 

A associação Mãos Unidas, que envolve moradores da Vila Barigui, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), é uma das instituições atendidas pelo projeto. Depois que recebem a doação, os voluntários da associação entregam os produtos para cerca de 80 famílias cadastradas. Os vegetais são repassados em sacolas uma vez por semana. “Buscamos toda sexta-feira e entregamos à tarde. Quando é 11 horas da manhã já tem fila na nossa sede”, conta a presidente da associação, Rosilene de Oliveira.

Ela calcula que pelo menos 5 quilos de frutas e hortaliças sejam doados para cada família por semana. A estimativa é de que o projeto atenda mais de 300 pessoas no bairro. “É uma doação muito importante, que as pessoas realmente esperam a semana toda para receber”, define Rosilene.

Além de Curitiba, contam o Banco Alimentos as unidades do Ceasa em Maringá, Foz do Iguaçu, Londrina e Cascavel, que contam, ao todo, com 530 instituições cadastradas. A estimativa do Ceasa é que somente no ano passado, 420 toneladas de hortifrutigranjeiros foram aproveitadas no estado.

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