Brincar é coisa séria. Mais que isso, é um direito previsto em lei. E tirá-lo do papel é o objetivo do projeto Brincadiquê, da Rede Marista de Solidariedade, que encerra nesta terça-feira (23) um ciclo de formação em 13 municípios. Foi um ano de trabalho em cada um deles. O resultado é a formação de “agentes brincantes”, entre educadores do ensino infantil e gestores das áreas de saúde, educação e assistência social.
O projeto tem dois eixos. Um é na formação de profissionais que possam promover esse direito. Em outras palavras, são educadores que vão levar as atividades para a sala de aula e produzir materiais lúdicos. Além disso, são pessoas que podem contribuir para colocar o “brincar” no centro do processo de desenvolvimento das crianças, nos Projetos Político-Pedagógicos (PPPs) de cada unidade.
Outro eixo é com o grupo vinculado à administração pública. Gestores comprometidos com a causa são imprescindíveis, tanto para o projeto sair do papel como para andar com as próprias pernas, explica a coordenadora do Brincadiquê, Sheila Pomilho.
Durante o ano em que a Rede Marista acompanha o município, é formado um grupo de trabalho com representantes da saúde, educação e assistência social. São eles que vão articular as ações em cada área, durante o projeto e depois de seu encerramento.
Campanha cria conscientização sobre direito à brincadeira
Leia a matéria completaDireito ao brincar: 10 iniciativas
Leia a matéria completaDesde o início do projeto, em 2013, 18 municípios foram contemplados, formando um total de 390 agentes. Pelo menos oito mil crianças foram atingidas diretamente (alunos dos agentes que estiveram nesta formação). Indiretamente, são 77 mil crianças, considerando as redes de ensino das escolas. No Paraná, a ação já foi realizada em São José dos Pinhais, Pinhais, Paranaguá, Colombo, Contenda, Almirante Tamandaré e, agora, em Araucária. O Brincadiquê também tem braços no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Família
Como “efeito colateral” desta conscientização, a família também muda sua forma de se relacionar com o tema. Passam a defender a brincadeira como um direito, e a reivindicar alterações no território que facilitem a brincadeira. “Quando a gente oportuniza praticas lúdicas a gente possibilita que os vínculos com a família sejam fortalecidos”, conta Sheila.
Os efeitos desta aproximação vão para além da educação. “O fortalecimento de vínculos é a primeira das formas de proteção para esta criança”, explica a coordenadora do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos da Fundação da Ação Social (FAS) de Curitiba, Maria Vanderléia Garcia Santos.
Ela conta que a brincadeira ocupa papel central também na assistência social. É por meio dela que os agentes podem trabalhar conceitos com as crianças, e ao incentivá-la no ambiente familiar cria-se um espaço em que a comunicação e o diálogo é possível. Ao expressar-se, a criança pode ser protegida.
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