Aproximadamente dois mil moradores de Capanema e Capitão Leônidas Marques, além de outros três municípios do Sudoeste do Paraná, realizaram uma manifestação no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica do Baixo Iguaçu, que está com as obras paralisadas desde junho por determinação judicial. Lideranças de vários municípios participaram do protesto que pediu o fim dos embargos à obra.
O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Capanema (Acec), Luiz Vicente Hartmann, disse que o impacto na economia local é grande e tem reflexos diretos no comércio e construção civil. "O pessoal foi pego de surpresa porque de uma hora para outra houve a paralisação, de forma inesperada", disse.
A prefeita de Capanema, Lindamir Denardin, diz que obras no município acabaram paralisadas em função dos embargos, entre elas a construção de creches e da companhia da Polícia Militar (PM). O Consórcio Geração Céu Azul, responsável pela construção da usina, demitiu 1.300 dos 1.800 funcionários que mantinha no canteiro de obras e há previsão de novas demissões a partir do dia 29 caso o Superior Tribunal de Justiça (STJ) não suspenda os embargos.
Segundo a prefeita, 70% das pessoas demitidas são moradoras de Capanema e isso faz com que R$ 7 milhões mensais deixem de circular no comércio local.
Embargo
As obras da usina estão paradas desde junho quando o TRF (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) suspendeu a licença de instalação da usina. A Justiça entendeu que a licença emitida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP) não contou com uma manifestação prévia do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
Em primeira instância, a Justiça Federal em Francisco Beltrão havia negado a suspensão, que foi pedida pelo Centro de Estudos, Defesa e Educação Ambiental (Cedea) e pela Liga Ambiental, duas ONGs que defendem o meio ambiente. Para as ONGs, a construção da usina pode afetar o Parque Nacional do Iguaçu.