O rastro de destruição em várias partes da região metropolitana do Rio expôs histórias dramáticas. Só em Niterói foram registradas 48 mortes, em dez áreas diferentes. Em Santa Teresa, centro do Rio, 14 pessoas morreram quando várias casas na encosta do Morro dos Prazeres vieram abaixo. Ontem à tarde, a expectativa da Defesa Civil era de que entre 10 e 15 corpos ainda poderiam ser encontrados.

CARREGANDO :)

Situações de dor e pânico ocorriam a todo instante. Em Niterói, no Morro do Estado, bombeiros trabalharam por 11 horas ininterruptas para retirar Maria Auxiliadora Gomes da Silva, 48 anos, debaixo de lama e pedras que se misturavam aos móveis de sua casa. Ela foi salva porque na queda foi lançada para dentro de um armário.

O marido de Maria Auxiliadora, Sebastião Pereira da Silva, acompanhou a ação dos bombeiros. Ficou aliviado ao ver o resgate da mulher, mas ainda esperava por notícias do filho de 22 anos. Logo depois, os bombeiros localizaram o rapaz. Estava morto.

Publicidade

No Morro dos Prazeres, 60 homens e mulheres do Corpo de Bombeiros interromperam o trabalho de resgate à tarde por causa do risco de novos deslizamentos de terra. Seis corpos de vítimas do desabamento permaneceram horas no chão até a chegada da remoção. Até o início da tarde, o número de bombeiros atuando no local era ínfimo. Por volta das 14 horas, policiais militares e bandidos trocaram tiros na entrada da comunidade, levando ainda mais pânico para a população.

Veja também
  • Horas de caos e morte no Rio
  • Em meio à água, a vida parou
  • Ventos e frente fria formaram temporal
  • Dramas poderiam ser evitados
  • Estado recebeu só 1% da verba para prevenção