Em decorrência da ocupação da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a instituição de ensino decidiu cancelar uma reunião de negociação que estava marcada para o dia 9 de setembro com as três categorias que estão em greve: estudantes, servidores e professores. A ocupação entrou no quarto dia nesta quinta-feira (3).
De acordo com a assessoria de comunicação da UFPR, por se tratar de uma greve unificada e pelo fato de os estudantes ocuparem o prédio da reitoria, houve a decisão de suspender as negociações da próxima quarta-feira. A universidade também deve aguardar a assembleia dos professores da instituição, marcada para esta sexta-feira (4).
Os estudantes consideram a posição da UFPR como uma “jogada política para deslegitimar a greve dos alunos e a ocupação da reitoria”, segundo Graziela Oliveira, membro do comando de greve estudantil da universidade. Os estudantes disseram que mantêm a posição de continuar no prédio até que as negociações avancem.
A presidente da Associação dos Professores da UFPR (Apufpr) Maria Suely Soares disse que o sindicato dos docentes vai insistir para que a reunião seja mantida. Ela defendeu a ocupação da reitoria e a greve dos estudantes. “A ocupação é uma pressão dos estudantes sobre a reitoria para que ela negocie. A greve dos estudantes não é por salário, é por qualidade de ensino”, afirmou.
Quanto ao movimento dos docentes, a assembleia está mantida para a sexta-feira e a expectativa, segundo da presidente da Apufpr, é que a paralisação seja mantida, até que o governo federal e a reitoria tenham “propostas concretas”. A reportagem ainda tenta contato com membros do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Paraná (Sinditest) para saber sobre a posição da UFPR em cancelar a reunião de negociação.
Alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que participam da greve estudantil bloquearam, na manhã desta quinta-feira, o acesso aos outros dois prédios que ficam no campus da Reitoria. Eles ocupavam a sede administrativa desde a última segunda-feira (31). A universidade alega que trabalhadores que prestam serviços nestes locais estão sendo impedidos de entrar. Até as 11 horas, a reportagem não havia conseguido contato com nenhum representante da greve que estivesse no local da ocupação para explicar os motivos da ampliação do bloqueio.
Além disso, de acordo com a assessoria de imprensa da universidade, a permanência prolongada dos alunos no prédio da Reitoria começa, agora, a impactar medidas administrativas e transações financeiras que podem prejudicar pagamentos como os de bolsas estudantis e de dívidas com fornecedores do restaurante universitário.
Nesta quarta, o vice-reitor da UFPR, Rogério Mulinari, pediu acesso ao prédio para que a universidade pudesse cumprir com os pagamentos, mas teve a demanda negada pelos alunos, que, em assembleia, também decidiram continuar a ocupação. O comando de greve alegou que não há urgência para a quitação destas contas. Segundo o grupo, os pagamentos podem ser feitos até o quinto dia útil do mês.