A rotina de trabalho nas penitenciárias de Curitiba e região metropolitana foi normalizada na tarde desta quinta-feira (6), segundo o Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná (Sindarspen). A suspensão da paralisação ocorreu depois de uma reunião realizada entre representantes da categoria e do governo do estado.
Na manhã desta quinta-feira (6), os 500 agentes penitenciários que estavam na escala de trabalho na capital e na RMC suspenderam as rotinas dentro das unidades. Eles estiveram nos postos de trabalho para cuidar dos presos, mas não houve movimentação - como banho de sol e atendimento - em nenhum presídio da região. A ação representou um protesto pela morte do agente Carlos Alberto Pereira, o Federal, de 52 anos. Ele foi assassinado no início da noite da última terça-feira (4).
A situação voltou ao normal depois de compromissos firmados com a secretária de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes. A reunião entre governo e trabalhadores durou cerca de três horas e deixou os agentes satisfeitos. A categoria reivindicou ações relacionadas a maior segurança para os funcionários dentro e fora dos presídios e a profissionalização da administração penitenciária.
Um dos principais pedidos é a regulamentação do porte de armas para os agentes. Segundo o Sindarspen, Maria Tereza teria se comprometido a estudar o caso junto com a Secretaria da Segurança Pública (Sesp) e a categoria. Os agentes consideraram o posicionamento da nova secretária um avanço, já que eles afirmam que o governo anterior se recusava a discutir a questão.
"Nossa classe foi perseguida nos últimos anos e acabou rechaçada. Tivemos uma proposta de lei sobre o porte de armas aprovada na Assembleia Legislativa, mas foi vetada pelo ex-governador Requião", afirma o vice-presidente do Sindarspen, Antony Johnson. "O porte de arma seria para ser utilizado fora das unidades para maior segurança dos agentes e familiares contra possíveis retaliações", complementa o representante do sindicato.
A secretária ainda se dispôs a analisar o pedido para que funcionários de carreira assumam a direção de presídios e para que ocorra um maior investimento em um Núcleo de Inteligência na Secretaria de Justiça, que teria a função de investigar as ameaças feitas a agentes e antecipar rebeliões.
"O saldo da reunião é muito positivo. Há uma esperança de melhora e queremos ver nos próximos meses mudanças na gestão das unidades para que as falhas que hoje existem sejam deixadas de lado", diz Johnson.