O inquérito policial militar (IPM), instaurado para apurar cenas de tortura registradas no 20.º Batalhão de Infantaria Blindado (20.º BIB) em Curitiba, foi concluído na terça-feira (13) e aponta que os sargentos envolvidos na denúncia cometeram crimes militares de maus-tratos e por colocar a vida e a saúde em perigo dos novatos. O exército não divulgou quantos sargentos foram indiciados.
Embora os militares tenham alegado, em depoimento, que as sessões de choque e afogamento denunciadas não passavam de uma brincadeira, os sargentos também responderão por ofensa à ética e à honra dos militares e por transgressões graves de disciplina militar.
Desde o dia 16 de novembro, os 12 sargentos que apareceram nas cenas e várias testemunhas foram ouvidos pelo tenente-coronel Ilton Barbosa. O IPM foi encaminhado à Auditoria Militar, que autuará o inquérito e vai direcioná-lo ao Ministério Público Militar para instaurar a denúncia crime, caso necessário.
De acordo com o promotor André Luiz de Sá Santos, a conclusão de todo esse processo deve acontecer no próximo ano. "Enquanto isso, eles permanecem à disposição no 5.º Batalhão Logístico", afirma o porta-voz do Exército, major Carlos Augusto Sydrião.
A denuncia contra os sargentos foi apresentada em novembro pelo programa 'Fantástico', da Rede Globo. As cenas mostravam oa militares sendo submetidos por veteranos a trotes que envolviam sessões de tortura com choques, ferro de passar e afogamento. Veja em vídeo as imagens dos trotes violentos.
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