Funcionários da Fundação da Universidade Federal do Paraná (Funpar) que atuam no Hospital de Clínicas, em Curitiba, prometem uma nova paralisação para a próxima semana caso a reitoria da universidade e a fundação não se comprometam a analisar a cláusula de estabilidade dos empregados prevista no acordo coletivo da categoria. Em meio a uma greve de 24 horas – que começou às 7 horas desta terça-feira (15) – os servidores protestam contra a decisão da Justiça do Trabalho que determinou a demissão de 916 deles do HC.

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Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do 3.º Grau Público de Curitiba e Região (Sinditest), a greve temporária iniciada nesta terça (15) não resultou em nenhum avanço nas negociações, mas a intenção é de que o movimento influencie no encontro marcado para quinta-feira (17) entre o sindicato, a Funpar e a UFPR, no qual será analisado o acordo coletivo dos funcionários contratados pela fundação. "Caso a reitoria e a Funpar não concordem em analisar a cláusula, nós vamos convocar uma nova assembleia na semana que vem para discutir um indicativo de greve por tempo indeterminado", afirmou a diretora do Sinditest Carla Cobalchini.

A diretora explica que caso a UFPR aceitasse a cláusula de estabilidade criada pelos servidores, a Justiça do Trabalho teria de rever a determinação que pede a demissão dos funcionários contratados pela Funpar. Isto iria garantir a manutenção destes trabalhadores até a aposentadoria deles. "90% destes funcionários se aposentam em, no máximo, 5 anos. E o tempo que o restante levasse para se aposentar seria o suficiente para que a Universidade tivesse tempo de reivindicar mais concursos públicos para repor esse pessoal", acrescentou Carla.

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O Sinditest ressaltou que a demissão dos 916 funcionários do HC – que representa um terço do total de trabalhadores da instituição – tornaria ainda mais frágil o atendimento prestado pelo maior hospital público do Paraná. Com 139 leitos desativados de um total de 550 e um déficit de 600 servidores (sem contar a possível demissão dos contratados pela fundação), o Hospital de Clínicas vive um momento de crise.

Por volta das 20h30, o Hospital de Clínicas foi procurado para comentar as informações do Sinditest. A assessoria de imprensa da instituição esclareceu que os comunicados sobre este tema estão sendo fornecidos pela assessoria direta da UFPR, que não foi localizada no horário.

Em nota encaminhada no fim da tarde, a UFPR havia informado que defende os trabalhadores do Hospital de Clínicas, e que "luta pela extinção da ação movida pelo Ministério Público e que zela pelos 916 funcionários ameaçados pela ação".

Paralisação

Com duração prevista de 24 horas, a paralisação foi iniciada às 7 horas desta terça-feira e deve se estender até as 7 horas de quarta-feira (16). Pela manhã, em torno de 400 servidores aderiram ao movimento. No turno entre a tarde e a noite, este número caiu para 100, e no turno desta noite, cerca de 50 funcionários devem ficar de braços cruzados.

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Durante o dia, ambulatórios e a central de agendamentos foram fechados, o HC informou que foi feito um remanejamento de funcionários para minimizar o impacto. Com isso, foi possível reabrir os ambulatórios. Os agendamentos que eram feitos pela central passaram a ser realizados também nos ambulatórios.

À noite, conforme o Sinditest, a paralisação deve afetar os atendimentos em leitos de internação e tornar menor a equipe de enfermagem e dos plantonistas administrativos.

Greve dos técnicos do HC continua

Conforme informações publicadas no site do Sinditest, a greve dos servidores técnicos (concursados) do HC continua. O movimento começou no último dia 20 de março, em uma manifestação nacional que reivindica uma mudança sobre o aspecto da precarização do trabalho dos servidores técnico-administrativos federais e o sucateamento do serviço público no Brasil.

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