Uma semana depois de ter encerrado as negociações com os servidores públicos estaduais, o governo do Paraná endureceu a queda-de-braço com os grevistas. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) anunciou que as “faltas” dos professores que continuam em greve começarão a ser lançadas nesta quinta-feira (21) no sistema. Os descontos serão feitos a partir do dia 27 de abril, quando a paralisação foi deflagrada pela categoria. O governo também confirmou que outras categorias que estão paradas também sofreram o corte de ponto.
O comando de greve dos servidores da rede estadual de ensino se reuniu ontem e decidiu pela continuidade da paralisação. Os funcionários não abrem mão do reajuste de 8,17% e estão longe de cogitar aceitar os 5% oferecidos pelo governo. A categoria sequer marcou assembleia para debater o fim da greve.
“Não temos nenhuma previsão [de convocação de assembleia]. Permaneceremos mobilizados, cobrando o nosso direito”, disse Marlei Fernandes, diretora da APP-Sindicato, que representa os servidores da educação. Ela informou que a entidade deve ingressar com uma ação judicial contra o desconto na folha dos grevistas.
Com o governo se fechando ao diálogo, os educadores devem tentar ampliar as negociações com os deputados. A categoria percebeu que os parlamentares – principalmente os da bancada governista – não estão dispostos a encarar um novo desgaste. “A Assembleia teve uma lição muito dura ao votar contra projetos que eram justos. Eles [os deputados] entenderam que fazer tudo que o governo manda tem um preço social muito grande”, afirmou.
Ontem, a Seed publicou uma nota, informando que 910 das 2,1 mil escolas do estado estão funcionando. Segundo a secretaria, 389 unidades estão com atividades normalizadas e 521 colégios atendem parcialmente os alunos. A APP-Sindicato questiona o levantamento e assegura que 90% da categoria adere à greve.
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