Professores protestam

Começou na manhã nesta sexta-feira (06) uma série de manifestações de professores em todas as partes do Paraná. Uma delas em frente ao Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, no horário do almoço.

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O secretário de Estado da Educação, Fernando Xavier Ferreira, garantiu que as escolas da rede estadual têm condições de iniciar o ano letivo na próxima segunda-feira (9), conforme o calendário oficial. O setor vive uma crise, afetado por cortes no número de funcionários, professores e atraso no repasse do fundo rotativo (dinheiro destinado à manutenção e compra de materiais às escolas). Nesta semana, professores, diretores e sindicatos alegam que, por causa das medidas de austeridade da Secretaria de Estado da Educação (Seed), não conseguem receber os alunos em sala de aula.

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"Do nosso ponto de vista, sim [temos condições de iniciar o ano letivo na segunda-feira (9). Os comunicados estão sendo feitos a tempo. Concordamos que imperfeições podem ocorrer, mas teremos condições", disse Ferreira, em entrevista coletiva concedida na manhã desta sexta-feira (6).

Os "comunicados" a que o secretário se refere dizem respeito aos remanejamentos de servidores entre as escolas da rede estadual. Na semana passada, a Seed cortou 30% dos funcionários dos colégios, contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS). Ao longo da semana, a Gazeta do Povo mostrou que escolas sofreram reduções drásticas no número de profissionais. No Colégio Manoel Ribas, por exemplo, o quadro de funcionários PSS foi reduzido de 11 para um.

"As informações [sobre o remanejamento de funcionários entre as escolas] ainda estão chegando aos diretores. A readequação foi definida e essas questões estão sendo resolvidas", disse o secretário. "As definições ficaram para próximo do início das aulas, mas os ajustes estão ocorrendo", acrescentou.

Cerca de 1 mil dos 5,4 mil educadores concursados – cuja contratação foi anunciada na última semana – não vão chegar a ir para as escolas. Segundo o secretário, eles são pedagogos e não há demanda prioritária por eles neste momento. Além desses, a Seed deve contratar dez mil professores temporários, via PSS. Ferreira garantiu que o número de docentes será suficiente.

"A metodologia é a mesma e a quantidade necessária [de professores] será contratada", assegurou.

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Greve

No sábado (7), a APP-Sindicato, que representa a categoria dos professores estaduais, realiza uma assembleia em Guarapuava, no Centro-Sul do estado, em que colocará em votação a deflagração de uma greve por tempo indeterminado. A paralisação começaria já na segunda-feira (9), impossibilitando a volta às aulas. A Seed não tem um "plano b", em caso de greve.

"A Secretaria vive do trabalho dos professores e dos profissionais da educação. Se tomarem esta decisão [de greve], não se pode tomar outra solução emergencial. Esperamos que eles entendam a questão orçamentária do estado e que esses ajustes foram a maneira de manter o barco andando", disse. O secretário afirmou que a rescisão dos 29 mil PSSs, que trabalharam no ano passado, via ser paga em fevereiro.

Aos pais de alunos

"Aos pais dos alunos, eu posso dizer que, se eu estivesse no lugar deles, eu também estaria apreensivo. Porque não há duvida que a melhor coisa que a gente pode deixar de legado para um filho é uma educação de qualidade. E é com esse propósito que a gente vai tentar administrar aqui. Agora, é inevitável uma situação de ajuste, como essa, em que não há o que fazer. Ou é permanecer cada vez mais agravando aquilo que não se pode pagar, o que geraria uma consequência explosiva na frente. Ou com algum sacrifício se colocar o navio na direção correta, para ir aperfeiçoando todas as questões", declarou Ferreira.

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