A campanha de vacinação contra a gripe em todo o país será prorrogada até o dia 5 de junho, segundo o Ministério da Saúde. A medida ocorre após o número de pessoas vacinadas ter ficado abaixo do esperado pelo governo.
Desde o dia 5 de maio até a manhã desta sexta-feira (22), foram vacinadas cerca de 23 milhões de pessoas, o correspondente a apenas 46,2% do público-alvo.
O governo, porém, adquiriu 54 milhões de doses para este ano e tinha como meta vacinar até 80% do grupo prioritário, de 49,7 milhões de pessoas.
Podem ser vacinados idosos, crianças de seis meses a menores de cinco anos, gestantes, puérperas (mulheres com até 45 dias o parto), trabalhadores de saúde, presos e funcionários do sistema prisional. O grupo é considerado mais suscetível a complicações da gripe.
A vacina também é recomendada para pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais. Neste caso, além do RG e carteirinha de vacinação, é preciso apresentar uma prescrição médica.
Até agora, a maior cobertura no grupo prioritário ocorre entre mulheres com até 45 dias pós-parto -neste grupo, 62,5% das mulheres já foram imunizadas. Em seguida, estão idosos e crianças de seis meses a menores de cinco anos, com índices de cobertura de 52% e 45,1%, respectivamente.
Já nas gestantes foram aplicadas mais de 921 mil doses, ou 42,3% do previsto, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde.
Essa não é a primeira vez que a vacinação precisa ser prorrogada. Nos últimos três anos, a campanha foi estendida por não atingir a meta dentro do prazo inicialmente previsto.
Apesar da prorrogação, o ideal é que pessoas que fazem parte do grupo prioritário procurem o posto de saúde o quanto antes, como forma de obter maior proteção antes do inverno.
O período de maior circulação da gripe vai do final de maio a agosto. Além disso, o organismo leva de duas a três semanas para produzir anticorpos depois da vacina.
Neste ano, a vacina distribuída protege contra três subtipos do vírus da gripe: A/H1N1, A/H3N2 e influenza B.
A necessidade de incorporação de duas novas cepas do vírus fez com que a campanha de vacinação deste ano fosse iniciada mais tarde em relação à do ano anterior. Apesar disso, o Ministério da Saúde nega atrasos.
Ao todo, foram investidos R$ 487,6 milhões na aquisição das doses. O objetivo é proteger contra complicações da doença. Segundo a pasta, a vacina pode reduzir em até 35% o índice de internações e em até 75% as mortes em decorrência da gripe.
A imunização é contraindicada para pessoas que já tiveram reações em doses anteriores ou para aqueles que têm alergia a ovo.