O caso que ficou conhecido como crime do "Morro do Boi" deve ter a sentença de primeira instância conhecida no mês de janeiro de 2010. A fase de instrução do processo foi encerrada, todas as testemunhas e provas já foram averiguadas. Juarez Ferreira Pinto é acusado de matar Osíris Del Corso, de 22 anos, e de atirar contra Monik Pegorari, 23. O crime aconteceu no dia 31 de janeiro deste ano, no Morro do Boi, no litoral paranaense. Monik realiza tratamento em Brasília, para recuperar os movimentos das pernas, que perdeu após ser baleada.
Com a fase de instrução encerrada, o processo segue agora para o Gabinete de Promotoria Criminal, que terá cinco dias para fazer as alegações finais. A acusação e a defesa também terão cinco dias para fazer as últimas considerações. Depois de todo esse prazo, que somará 15 dias, o processo será encaminhado para o juiz, da vara criminal de Matinhos, para a elaboração da sentença de primeira instância. Depois poderá haver recurso em instâncias superiores.
O advogado Elias Mattar Assad, que representa Monik e atua como assistente do Ministério Público no caso, acredita que em janeiro, quando completa um ano crime, o caso possa estar julgado. "As partes vão devolver o processo até o fim deste mês ao juiz e a sentença deve coincidir com o aniversário de um ano do acontecimento", explicou.
A reportagem não conseguiu encontrar o advogado de defesa de Juarez Ferreira Pinto para comentar o assunto. No início do mês de novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF)negou o pedido de liminar de habeas-corpus para Juarez. No inquérito policial, Juarez foi indiciado por crime de latrocínio tentado, homicídio e atentado violento ao pudor.
Cerimônia
No sábado (5), às 15 horas, será realizada a cerimônia de premiação do "Prêmio Osíris Del Corso Embaixador da Paz" na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). O concurso foi promovido para promover a paz e serão premiados os vencedores do concurso de redação e de artigos acadêmicos. O prêmio reuniu participantes do Brasil inteiro.
A cerimônia será feita no auditório John Henry Newman, ao lado da biblioteca central da PUCPR. Outras informações sobre a premiação podem ser conhecidas no blog sobre o concurso. "Além da premiação, o delegado (Luiz Alberto) Cartaxo vai dar uma palestra sobre Justiça e vai dizer como foi o inquérito que ele presidiu sobre o crime", afirmou Maria Zélia Del Corso, mãe de Osíris. Monik Pegorari também vai participar da cerimônia.
Maria Zélia afirma que o julgamento deve trazer um alívio para a família. "É difícil, a gente nunca esquece o que aconteceu. Para nós, o tempo parece que não passa. Acho que foi ontem que tudo aconteceu. A vida dele (Osíris) não volta mais, mas confiamos que a Justiça será feita", definiu.
O crime
Os estudantes Monik Pegorari, de 23 anos, e Osíris Del Corso, 22, foram baleados no dia 31 de janeiro no Morro do Boi, em Matinhos. Monik ficou 18 horas no local do crime até ser resgatada pela polícia. Osíris morreu na hora.
No dia 17 de fevereiro, Juarez Ferreira Pinto, de 42 anos, foi detido pela polícia no balneário de Santa Terezinha, em Pontal do Paraná, com base em retrato falado feito com informações da vítima. Juarez alegou inocência desde o princípio.
Caso encerrado
No dia 26 de fevereiro, a polícia anunciou o encerramento do caso e o indiciamento de Juarez. E revelou que duas provas apresentadas pela defesa haviam sido adulteradas: um caderno com anotações sobre a movimentação do caixa da empresa onde Juarez trabalhava e uma folha solta de papel, onde era controlada a quantidade de carrinhos de chope que saíam para a praia Juarez trabalhava limpando os carrinhos. As datas dos dois documentos estavam rasuradas.
Nova prisão
No dia 25 de junho, Paulo Delci Unfried foi preso por invadir uma casa e violentar uma mulher, em Matinhos. Ele confessou ter matado Osíris e baleado Monik. Com ele havia duas armas e o exame de balística confirmou que o tiro que matou o estudante partiu de uma delas. Mas em acareação disse ter sido torturado para confessar.
O Juizado Criminal de Matinhos determinou a soltura de Unfried em 31 de julho. O pedido de relaxamento de prisão, referente à acusação de roubo e abuso sexual no balneário de Betaras, foi solicitado pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público (MP). Investigações do Gaeco não comprovaram indícios de que Unfried tenha cometido os crimes do balneário Betaras.