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O seqüestro de duas adolescentes de 15 anos, mantidas reféns pelo ex-namorado de uma delas em Santo André, no ABC, entra nesta sexta-feira (17) no quarto dia. Lindemberg Alves, de 22 anos, invadiu a casa onde as duas estudavam com outros dois colegas às 13h30 de segunda-feira (13). Durante a madrugada, as negociações foram interrompidas. Já são 90 horas de tensão.

Na noite de segunda, Alves liberou os dois rapazes. Na noite de terça-feira (14), a amiga da ex-namorada foi solta. A jovem prestou depoimento por mais de seis horas na quarta-feira (15). Na manhã de quinta-feira (16), ela voltou ao apartamento e foi feita refém novamente.

De acordo com a PM, o rapaz exigiu que a amiga voltasse ao apartamento para que, em seguida, se entregasse, mas não cumpriu o acordo. Para a polícia, ela não voltou a ser refém, pois a garota poderia sair do local quando quisesse, por mais que ainda permaneça lá quase dez horas depois.

O secretário-geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ariel de Castro Alves, disse que a polícia não poderia ter permitido a volta da menina. Segundo ele, a polícia não agiu corretamente ao permitir que a jovem entrasse no apartamento. "É ilegal submeter uma criança ou um adolescente a qualquer situação de risco", disse o secretário-geral, referindo-se ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O retorno da adolescente também surpreendeu Fabiana Vieira de Souza, de 33 anos, tia da garota. "A gente não está entendendo por que ela voltou para lá. Para mim, foi uma loucura", disse a tia na tarde desta quinta. Segundo ela, a família ficou sabendo de tudo pela televisão. O retorno também surpreendeu especialistas no assunto.

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