Os servidores municipais de Araucária, na região metropolitana de Curitiba, vão trabalhar com 50% da carga horária, cumprindo determinação judicial. A partir de terça-feira (10), os setores da prefeitura voltam a funcionar em meio-expediente. As escolas, por exemplo, terão aulas apenas até o recreio. A greve, no entanto, segue em andamento.
Nesta terça, às 10h, haverá uma assembleia com os servidores em frente à sede da Prefeitura. Cerca de 80 servidores deverão ficar acampados em frente ao local a partir da noite desta segunda, segundo o Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Araucária (Sismmar).
A greve começou na última quarta-feira (4), com adesão de mais de 70 categorias, segundo o Sindicato dos Funcionários Públicos de Araucária (Sifar). Uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) divulgada na sexta-feira (6), contudo, obrigou atendimento de pelo menos 50% dos servidores, sob pena de multa diária aos sindicatos no valor de R$ 25 mil.
Nesta segunda-feira, segundo a Prefeitura, boa parte dos funcionários não trabalhou. Apesar disso, as lideranças sindicais não devem receber a multa pelo dia paralisado, já que ainda não haviam sido intimados oficialmente. O Sismmar informou, no entanto, que deve recorrer da decisão judicial.
A educação, seguida da saúde, são os setores com maior impacto devido à greve. A coordenadora geral do Sismmar, reclama da falta de diálogo. "Estivemos a tarde toda tentando conversar com o prefeito, mas não fomos atendidos. Vamos cumprir o que o desembargador ordenou, mas a greve continua até que a prefeitura se posicione", declarou. Reivindicações
Entre as mais de 70 categorias que participam da greve, há reivindicações específicas. Mas, em linhas gerais, os servidores pedem reposição salarial referente à inflação e um calendário para retomar o pagamento dos avanços de qualificação, que estariam congelados desde janeiro. Em nota, a prefeitura comunicou que a arrecadação de Araucária caiu em mais de R$ 50 milhões desde o início do ano, ao mesmo tempo em que o índice da folha de pagamento dos servidores ultrapassou o limite de 51,3% previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal.
De acordo com o secretário de Governo, Caetano Faliba, a prefeitura continua sem ter uma proposta sólida a fazer aos grevistas. "Já explicamos a situação aos trabalhadores, abrimos a contabilidade e expusemos a situação caótica das nossas finanças. O panorama está muito complicado. Não é nossa intenção negar nenhum benefício aos servidores, mas nesse momento não há como comprometer o orçamento", afirmou o secretário.
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