A greve dos servidores administrativos da Polícia Federal (PF) no Paraná, iniciada na terça-feira (25) seguindo determinação do Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Nacional de Cargos da Polícia Federal (Sinpec-PF), continua por tempo indeterminado. Na manhã desta quinta-feira (27) foi realizada uma nova assembléia e os servidores decidiram continuar a paralisação.

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A categoria é responsável por atividades nas áreas administrativas, financeira, de recursos humanos e de emissão de passaportes entre outras funções. São funcionários contratados por meio de concurso público, em nível médio e superior. A principal reivindicação dos grevistas é a reestruturação Plano Especial de Cargos da PF e um concurso, para o próximo ano, para a contratação de três mil novos servidores para o Brasil inteiro.

Trabalho por escala

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Segundo a representante sindical do Sinpec-PF no Paraná, Carmem Kappout, na assembléia desta quinta-feira ficou decidido que os servidores paranaenses vão manter 30% do efetivo trabalhando e as atividades serão em regime de escala. Em Curitiba, são 56 servidores administrativos da PF. "No Paraná inteiro chegamos a 80. Em Curitiba apenas três pessoas não aderiram à paralisação", afirmou Carmem.

Para a população não ser prejudicada com a greve, de acordo com Carmem, foi implantado o regime de escala. "Mesmo assim, dependendo do dia um tipo de serviço vai sofrer uma redução no atendimento. O desempenho será afetado", explicou a representante sindical.

Valorização

Os setores que serão atingidos com a greve são o administrativo, o financeiro, recursos humanos, emissão de passaportes, informática, transportes e logística, protocolo, produtos químicos e vigilância privada. Além de Curitiba, as delegacias de Foz do Iguaçu, Cascavel e Guaíra (Oeste), Guarapuava (Centro), Maringá (Noroeste), Londrina (Norte) e Paranaguá (Litoral) também enfrentam greve dos servidores administrativos da PF.

Segundo o Sinpec-PF, os trabalhadores esperam que o governo apresente a proposta de reestruturação da carreira, em cumprimento ao Termo de Compromisso firmado pelo Executivo com todas as classes da Polícia Federal. Mas, de acordo com o sindicato, até agora somente a carreira de policial federal foi beneficiada.

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"Queremos a reestruturação da carreira e uma tabela remuneratória condizente", afirmou Carmen. Segundo a representante sindical, a proposta da categoria quer que o salário inicial para a função de técnico de polícia federal, que exige o nível médio, seja de R$ 3.600. Atualmente o valor é de R$ 2.200.

Para o nível superior, função de analistas da Polícia Federal, a proposta da categoria é de salário inicial de R$ 6 mil. O valor pago hoje é de R$ 2.400.

"Queremos diminuir os desvios de função policial, isso evita a terceirização e diminui os gastos para o governo. A terceirização afeta o contribuinte. Em algumas delegacias, como em Foz do Iguaçu, por exemplo, são apenas quatro servidores administrativos e mais de 40 terceirizados. O servidor concursado é mais avaliado e mais comprometido com a carreira. O terceirizado trabalha, mas não é o órgão dele", esclareceu Carmem.

Reunião

No próximo dia 2 de outubro haverá uma reunião em Brasília entre o comando de greve e os ministérios do Planejamento e da Justiça. "Antes disso, esperamos uma resposta. Estamos abertos para a negociação", definiu Carmem. Segundo informações do (Sinpec-PF), cerca de 90% dos 5.000 servidores administrativos da PF estão parados desde terça-feira (25) em todo o país.

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De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Federal em Brasília, desde o início da greve, a questão está sendo trabalhada em conjunto com o Ministério do Planejamento e da Justiça. O Ministério do Planejamento, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que não está se pronunciando sobre a greve. Já a pessoa responsável pela assessoria do Ministério da Justiça não foi encontrada, por volta das 19h30 desta quinta-feira (26), para comentar o assunto.