Servidores federais de várias categorias que estão em greve promovem um ato de protesto na Praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba, nesta quarta-feira (1). O motivo da manifestação foi o anúncio feito pelo Ministério do Planejamento na terça-feira (31), suspendendo a reunião de negociação com os grevistas que estava agendada para esta data. Para os servidores, o adiamento desses encontros para meados de agosto é preocupante, já que as reivindicações das categorias estão sendo ignoradas e há o risco de os reajustes salariais não serem incluídos na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2013.
Representantes dos servidores que atuam no Ministério da Saúde, universidades federais e agências reguladoras estão na praça e entregam panfletos para a população explicando as razões da greve e o trabalho realizado por cada órgão. Estão previstas a realização de aulas e encenações no local.
Enquanto todas as negociações estão suspensas, os professores das universidades federais têm uma reunião com o Governo Federal nesta quarta. A expectativa é de que haja uma proposta para s reivindicações de reestruturação na carreira e reajuste salarial.
Os trabalhadores têm uma pauta unificada de reivindicações, que concentram pedidos de reajuste salarial, realização de concursos públicos e melhoria das condições de trabalho. Além disso, cada categoria ainda possui uma pauta específica. Para Bernardo Pilotto, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest-PR), o ato realizado em Curitiba é importante para evidenciar a união dos servidores federais e a força da paralisação.
Segundo Jaqueline Mendes Gusmão, do Sindicato dos Servidores Públicos Federais em Saúde, Trabalho Previdência Social e Ação Social do Estado do Paraná (Sindprevs), mesmo com o corte do ponto dos servidores, as categorias permanecem unidas e vão seguir paralisadas. O objetivo da categoria é chegar a um acordo com o governo antes do dia 31 de agosto, prazo limite para a aprovação da LDO. "Sem isso, a greve não termina", diz.
Os servidores federais que atuam na área da saúde e também nas agências reguladoras ainda protestam contra o decreto 7.777/2012, que prevê a realização de convênios entre estado e municípios para que haja substituição dos trabalhadores em greve em órgãos como a Anvisa. Para Maria Scarabelot Kobylarz, que representa o Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) no Paraná, a medida é descabida. "Realizamos um serviço complexo, que requer treinamento, Não é possível fazer esse tipo de substituição", argumenta.
Representantes de outras áreas, como o Incra e IBGE, também reforçam a necessidade de realização de concursos públicos. Luis Almeida Torres, da executiva nacional do ASSIBGE, explica que os servidores se preocupam com a qualidade do trabalho que vem sendo feito, devido ao grande número de funcionários temporários, que muitas vezes não recebem o treinamento completo dos servidores. "A divulgação da última Pesquisa Mensal do Emprego foi afetada em alguns estados e outros índices também podem ser", diz. As condições de trabalho também preocupam Claudio Marques, representante do Incra. O órgão já entregou um documento ao Ministério Público Federal (MPF) denunciando a precariedade a qual são submetidos os servidores.
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