O secretário da Segurança Pública do Paraná, Cid Vasques, anunciou na tarde desta terça-feira (15) que deu início ao processo de rodízio de policiais lotados no Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) – o grupo de combate ao crime organizado do Ministério Público (MP) do Paraná. O anúncio foi feito ao final da cerimônia de troca do comando da Polícia Militar. A medida é alvo de críticas de promotores de justiça.

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A revelação ocorreu durante uma resposta sobre a troca do comando na corporação, na qual Vasques afirmava ver o processo como algo natural das instituições. Ao final da resposta, o titular da pasta estadual foi indagado se o mesmo argumento se aplicava aos policiais cedidos ao Gaeco. "O rodízio já esta acontecendo [no Gaeco], mas essa é uma situação que eu prefiro não comentar", argumentou o secretário.

Questionada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) confirmou o início do rodízio e informou que foram trocados três policiais – dois deles em Guarapuava e um em Foz do Iguaçu. Segundo o secretário, a substituição permitirá que os policiais transfiram a experiência adquirida no Gaeco às corporações de origem. Até dezembro, 27 dos 37 policiais militares que servem ao grupo serão trocados.

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Quando anunciou que adotaria o processo, promotores de justiça criticaram a decisão e alegaram que a medida é uma clara retaliação ao trabalho do Gaeco, prejudicando as investigações em andamento e desestabilizando os policiais que hoje prestam serviços ao MP.

A reportagem tentou contato com o coordenador do órgão, Leonir Batisti, mas não obteve sucesso. Quando falou sobre o assunto, em entrevista concedida à Gazeta do Povo no mês passado, Batisti demonstrou contrariedade com a medida. "Não tem como trabalhar neste esquema proposto pelo secretário. Se retirar os policiais, só está criando um problema".