O síndico José Francisco Prestes, de 58 anos, acusado de matar o bancário Sérgio Alaor Kluppel, na semana passada, em Curitiba, não prestou o depoimento programado para a manhã desta quarta-feira (3). Ele foi autorizado a ser ouvido pelos médicos do Hospital Evangélico, onde o síndico está internado. A delegada Selma Braga, do 2º Distrito Policial chegou a ir até a casa de saúde, mas Prestes preferiu se calar.
"Ele utilizou o direito constitucional de se pronunciar somente em juízo", disse a delegada, em entrevista à Rádio CBN. Segundo a delegada, mesmo assim o inquérito será concluído na quinta-feira (4). "Para nós, seria interessante que ele falasse o motivo e porque atirou em si próprio. Mas amanhã entrego o inquérito à Justiça", garantiu. Prestes será indiciado pelo crime de homicídio qualificado com três agravantes. Segundo a delegada Selma, houve motivo torpe, o crime foi cometido por emboscada e para assegurar a impunidade em outro crime, o de irregularidade financeira nas contas do condomínio.
O advogado de Prestes, Marden Esper Maués, havia adiantado na terça-feira (2) que o depoimento não deveria acontecer. "Depois de uma avaliação do psiquiatra, foi constatado que Prestes não tem condições de prestar depoimento. Seguindo a orientação da defesa, ele vai se reservar ao direito do silêncio e só será ouvido em juízo. Caso a delegada queira fazer uma oitiva na sexta-feira (5) ele (Prestes) estará em condições de falar", explicou o advogado.
Na terça-feira, a delegada ouviu depoimentos de um filho da vítima e da zeladora do edifício onde aconteceu o crime. De acordo com Selma, os novos depoimentos confirmaram o que foi testemunhado na segunda-feira (1º), quando ficou constatado que o síndico Prestes desfalcou as contas do condomínio em R$ 19 mil e fraudou documentos para prorrogar o próprio mandato. Kluppel já foi síndico e investigava a atual gestão.
Sérgio Alaor Kluppel foi morto aos 64 anos no dia 27 de setembro, no salão de festas do edifício Barão de Cotegipe, no bairro Água Verde, em Curitiba. Prestes é acusado de fazer os dois disparos de pistola 765 contra Kluppel. Depois de atirar no bancário, Prestes deu dois tiros no próprio peito.
