O aumento nas tarifas dos transportes públicos é realidade para moradores de nove capitais brasileiras. Nesses municípios, as passagens ficaram, em média, 10,8% mais caras. Em quatro, o reajuste ultrapassou a inflação. A alta nos preços ocorre desde novembro do ano passado e deve se estender até fevereiro.
Nas redes sociais, há manifestações sendo organizadas contra os aumentos, movimento que lembra o início dos protestos que tomaram as ruas do país em junho de 2013.
A maior variação ocorreu em Boa Vista, onde o custo com táxi-lotação aumentou 17,65%, de R$ 3,40 para R$ 4. Segundo a prefeitura da capital de Roraima, o Conselho Municipal de Transporte levou em consideração o preço do combustível. Na cidade, a passagem de ônibus passou de R$ 2,80 para R$ 3,10, crescimento de 10,74%.
Em Aracaju, capital sergipana, o preço cobrado pelo transporte rodoviário passou de R$ 2,70 para R$ 3,10 em 27 de dezembro, um aumento de 14,81%. Florianópolis e Rio de Janeiro apresentaram reajustes de 12%, também acima de inflação acumulada nos últimos doze meses, que chegou a 10,48%. No Rio, o aumento nos trens e barcas deve ocorrer só em 2 de fevereiro, mas, desde o último sábado, as passagens de ônibus passaram a custar R$ 3,80.
Outras capitais que já registraram aumento no preço dos transportes públicos são Belo Horizonte, Salvador, João Pessoa e Rio Branco. Em São Paulo, as novas tarifas entrarão em vigor no próximo sábado. As passagens de metrô, trem e ônibus têm aumento previsto abaixo da inflação, de R$ 3,50 para R$ 3,80. A integração entre ônibus e trilho passará de R$ 5,45 para R$ 5,92.
O Ministério Público de Minas Gerais pediu ontem na Justiça a suspensão do aumento da tarifa em Belo Horizonte. Na cidade, houve reajuste de 8,24%, de R$ 3,40 para R$ 3,70, a segunda alta nos últimos seis meses. O Ministério Público argumenta que o reajuste não deve ser calculado a partir do valor base de R$ 3,40. A referência deveria ser o preço da passagem de dezembro de 2014 (R$ 3,10).
Em pelo menos três cidades ainda há possibilidade de aumento. Em Curitiba, a empresa que gerencia o transporte público, a Urbs, informou que a alta depende do reajuste de salários dos motoristas de ônibus, a partir de 1º de fevereiro. Isso porque o contrato de licitação firmado em 2010 prevê uma correção anual de preço de acordo com uma tarifa técnica, que quantifica os custos reais das empresas de ônibus. Os salários dos funcionários correspondem, aproximadamente, à metade da tarifa.
Morador de Curitiba apoia subsídio público para o transporte coletivo
Leia a matéria completaEm Teresina, o Conselho Municipal de Transportes Coletivos aprovou ontem um aumento de 13% nas passagens de ônibus, de R$ 2,50 para R$ 2,80, mas ainda aguarda a sanção do prefeito Firmino Filho (PSDB). Por fim, em Maceió, uma reunião foi convocada para quarta-feira (6), quando será definido se haverá ajuste neste início de ano.
Não há previsão de reajustes em nove capitais. As tarifas continuam as mesmas em Belém, Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Manaus, Natal, Palmas, Porto Alegre e Vitória. Até o fechamento deste texto, a reportagem não conseguiu confirmar se haverá aumento nas passagens dos transportes públicos em Goiânia, Porto Velho, São Luís, Macapá e Campo Grande.
Protestos são convocados
O Movimento Passe Livre de São Paulo convocou um ato contra o aumento das passagens na capital paulista. Pelas redes sociais, o grupo organiza uma manifestação na próxima sexta-feira. Ao todo, 11 mil internautas confirmaram presença no evento criado no Facebook. No mesmo dia, uma manifestação contra o aumento das passagens deverá ocorrer no Centro do Rio. Há quase 6 mil conformações on-line para o protesto, que não foi criado na rede social pelo perfil do MPL local. A situação da saúde pública no estado é também uma das razões do ato. Em Florianópolis, o MPL realiza hoje uma reunião na UFSC para organizar mobilizações.
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