A tentativa de desocupação de uma das 590 escolas tomadas por estudantes em Curitiba terminou em protesto e bate-boca na noite desta quinta-feira (27). Cerca de cem pessoas participaram da manifestação que tinha, segundo a organização, o objetivo de tentar convencer os secundaristas a deixarem as instalações do Colégio Estadual Leôncio Correia, no bairro Bacacheri.
Manifestantes fazem protestos em frente a escolas ocupadas de Curitiba e PM é acionada
Leia a matéria completaAlunos, familiares e professores contrários à mobilização estudantil participaram do ato. Eles levaram uma bandeira do Brasil, um carro de som e cantaram o hino nacional no portão da escola. Após se declararem contra a ocupação, houve discussões acaloradas e bate-boca entre alguns manifestantes e pessoas a favor do movimento que acompanhavam a situação.
“Infelizmente, é uma ação que acaba acirrando ainda mais os ânimos. A maioria dos que vieram protestar não são da escola e são contra algo que é legítimo. Vim observar para o caso de, se fosse necessário, intervir”, disse um professor, que preferiu não ser identificado.
Já a estudante Maria Cristina Ribeiro Pereira, de 18 anos, relatou que a manifestação era importante porque, na opinião dela, o processo de ocupação não ocorreu de maneira democrática. Ela também disse que está preocupada com os conteúdos que vem perdendo por conta da mobilização. “Muitos não estão se importando com isso na ocupação, porque não são alunos do 3.º ano, não vão fazer Enem nem vestibular”, comentou.
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O aluno Allan Geovani Lara, de 18 anos, também foi um dos que pediram pela desocupação do Leôncio Correia. “Não acho certo protestar impedindo o direito de estudarmos. Também acredito que tudo isso não partiu dos estudantes sozinhos”, completou.
Para a professora Lilian dos Santos, de 40 anos, a discussão sobre a PEC 241 e a MP 746 precisa ocorrer pacificamente e envolver todos os estudantes. Ela relatou que os manifestantes vêm tentando dialogar com os alunos há dias, porém sem sucesso. “A conversa não evolui. Sabiam que viríamos e não saíram, se fecharam lá dentro”, pontuou.
Os estudantes ocupam a escola desde o dia 13 de outubro. O grupo é contra a MP 746, que trata sobre a reforma do Ensino Médio, e a PEC 241, que estabelece um teto de gastos para o governo federal pelos próximos 20 anos.
De acordo com a Secretaria de Estado de Educação, 241 de 831 escolas estaduais que estavam ocupadas foram liberadas na última semana. O movimento Ocupa Paraná não confirma o cálculo. As ocupações no estado começaram no dia 3 de outubro, em São José dos Pinhais.
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