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mortes em série

Testemunha do caso do coronel Martins é assassinada em Curitiba

O jovem Marcos Roberto de Souza Colaço, sobrevivente e testemunha do caso do ex-comandante do Corpo de Bombeiros do Paranácoronel reformado Jorge Luiz Thais Martins, foi assassinado durante o período de carnaval. No último sábado (18), o rapaz foi encontrado morto ao lado da namorada dele em uma residência do bairro Boqueirão, próximo à Favela da Rocinha, em Curitiba. A Delegacia de Homicídios (DH) descarta, porém, que a morte tenha sido queima de arquivo. Segundo a investigação, o motivo da morte foi uma briga entre viciados em drogas.

Colaço, conhecido como "Demarco" ou "D2", foi o único sobrevivente de um dos cinco ataques contra usuários de drogas no Boqueirão atribuídos ao coronel Martins, segundo a Delegacia de Homicídios. Além disso, ele era uma das principais testemunhas nos cinco inquéritos sobre o caso em que Martins é acusado de matar nove pessoas, entre agosto de 2010 e janeiro do ano passado. No dia 10 de novembro de 2010, um homem grisalho atirou contra três rapazes viciados em droga na Favela da Rocinha. Luiz Cláudio Potello e Amílcar Eduardo Arndt foram executados na hora. Colaço sobreviveu aos tiros que recebeu e, posteriormente, reconheceu o coronel Martins como o autor dos disparos. O militar nega ter matado alguém e diz que não realizou os ataques.

O delegado adjunto da DH, Cristiano Quintas dos Santos, afirmou que, por enquanto, não há nenhuma informação que ligue o assassinato de Colaço com o fato de ele ser testemunha do caso do coronel Martins e acredita que a morte tem relação com um desentendimento entre os usuários de drogas, que frequentavam a casa em que o rapaz foi achado morto. "Já temos o nome de quem seria o autor da morte dele e da namorada dele, a Vanessa", disse Quintas dos Santos.

O delegado, porém, lamentou a morte. "Com o assassinato do Colaço, a prova [do crime] fica prejudicada. Ele havia feito reconhecimento com fotos e pessoalmente. Temos isso gravado em vídeo, mas ficou prejudicada a possibilidade de ele fazer o reconhecimento em juízo", opinou.

Investigação

Apesar do coronel Martins já ter sido indiciado pela Delegacia de Homicídios, a investigação do caso ainda não terminou e se arrasta há um ano e meio, mas as suspeitas sobre o coronel só foram divulgadas em janeiro de 2011. Em outubro do ano passado, a DH concluiu os cinco inquéritos das nove mortes e apresentou Martins como acusado. Porém, o Ministério Público (MP) pediu novos detalhes da investigação à Polícia Civil, o que ainda não foi concluído.

Segundo o delegado Cristino Quintas dos Santos, o promotor do caso quer mais informações sobre quatro policiais militares, que poderiam ter participação nos crimes. Ele disse que irá convocar os policiais para prestarem novos depoimentos e irá tentar encontrar os sete outros sobreviventes dos ataques para fazer novos reconhecimentos e tomar novos depoimentos. "Vale dizer que alguns deles (sobreviventes) já descartaram a participação destes quatro PM's." afirmou Quintas dos Santos.

Não há prazo definido para esta nova fase da investigação terminar. O coronel Martins chegou a ficar preso por duas semanas, entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, mas foi posto em liberdade graças a um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR). Os crimes teriam começado depois do assassinato do filho do coronel, morto em um assalto no bairro Boqueirão em outubro de 2009, quando deixava a namorada em casa no início da manhã. Com a conclusão dos inquéritos, o caso será remetido novamente ao Ministério Público, que avalia se oferece ou não denúncia à Justiça.

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