Depois de mais um dia sem que os depoentes aparecessem na Polícia Federal de Londrina, no Norte do estado, o delegado Kandy Takahashi, que preside as investigações sobre o suposto uso de caixa dois na campanha do prefeito Nedson Micheleti (PT) à reeleição, deu um ultimato nesta sexta-feira: se os depoentes não aparecerem até as 9h30 desta segunda-feira espontaneamente, serão intimados e conduzidos de camburão até a sede da PF.

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Sete testemunhas que eram esperadas nesta sexta para depoimentos espontâneos não apareceram. Todas as testemunhas trabalharam na equipe de comunicação da campanha. O comportamento arredio das testemunhas foi atribuído pelos delegados à cobertura da imprensa.

Pela manhã, Takahashi e os delegados Fernando Lara e Élcio Felipe Fuscolim (chefe da PF) e o promotor Miguel Sogayar fizeram uma reunião com os jornalistas e pediram que a imprensa não faça plantões na PF, alegando que a presença dos repórteres estaria espantando as testemunhas. Ficou acertado que todas as tardes, às 16h30, os delegados atenderiam todos os veículos de comunicação de uma só veez.

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Viagem

Além do assédio da imprensa, uma viagem do advogado contratado pelo PT, João dos Santos Gomes Filho, suspendeu os depoimentos. As testemunhas esperadas são profissionais que trabalharam na equipe de comunicação da campanha de Nedson. Gomes Filho pediu que os depoimentos fossem transferidos para segunda-feira para que ele possa acompanhar. Como garantia contra o assédio da imprensa, as testemunhas não precisarão entrar pela porta da frente. "Eles vem como testemunhas, não como acusados", resumiu Takahashi.

Sigilo bancário

A PF espera os documentos das quebras de sigilo bancário determinadas pela Justiça Eleitoral. Além de Augusto Dias Júnior, outros dois membros da coordenação da campanha petista tiveram os sigilos bancários quebrados. Takahashi não quis informar os nomes das pessoas que tiveram os sigilos quebrados.

O delegado que preside as investigações sobre o suposto caixa dois está de licença até a próxima quinta-feira. Nos dias de sua ausência, o inquérito será presidido pelo delegado Fernando Lara - inclusive os depoimentos previstos para segunda-feira. Lara afirmou que a mudança não muda o ritmo das investigações porque a PF atua "de forma integrada".

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