O investigador da Polícia Civil Délcio Augusto Rasera, preso desde 5 de setembro de 2006 por executar escutas telefônicas ilegais e por porte de armas, obteve na quinta-feira (19) um habeas-corpus do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) e um alvará de soltura. Ele, porém, continua detido na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, no bairro de Vila Izabel, em Curitiba, onde passou 317 dias. Mas deve deixar a cadeia nesta sexta pela manhã, devido aos trâmites judiciais de soltura.
O habeas-corpus que deu a liberdade ao policial foi expedido pelo desembargador Celso Rótolli de Macedo. Outras seis pessoas detidas devido juntamente com Rasera, na "Operação Pátria Nossa", também devem ser soltas.
Segundo os advogados de Rasera, o desembargador entendeu que houve demora da Justiça apreciar o caso, por isso, aceitou que o policial aguardasse o julgamento em liberdade. Os defensores do investigador, depois terem a negativa a vários pedidos de habeas-corpus tanto no TJ quanto no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), fizeram uma última tentativa no último dia 6, baseados em uma declaração de Celso Rótolli de que, se o processo não fosse agilizado, iria soltar Rasera. "O Rasera agora espera a setença em liberdade. As perícias feitas em materiais apreendidos ainda têm de ser executadas. E, em caso de condenação, ele pode apelar em liberdade", afirmou um dos advogados do investigador, Gustavo Sator de Oliveira. Segundo ele, caso o policial seja condenado, o período que ficou preso pode ser descontando da sentença.
O Instituto de Criminalística deve finalizar as perícias em computadores e CDs com gravações apreendidos dentro de no máximo um mês. Após o fim dessas investigações, o resultado será enviado ao juiz Gaspar Mattos de Araújo Filho, da Comarca de Campo Largo. Ele analisará o material e dará a sentença. Isso deve acontecer no fim de agosto ou início de setembro.