Professores relembram 25 anos de protesto que terminou em confronto
Professores e servidores da educação pública do Paraná protestaram em Curitiba nesta sexta-feira (30) no dia que marca os 25 anos do conflito com policiais que ocorreu em um protesto no Centro Cívico da capital em 1988. Além de professores da cidade, representantes do interior vêm em 70 ônibus para participar da manifestação, que começou nesta manhã na Praça Santos Andrade e foi até a Praça Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico.
Paralisação prejudica 82% das consultas do HC
Aproximadamente 82% das consultas agendadas para esta sexta-feira (30) no Hospital de Clínicas (HC) da UFPR foram prejudicadas por conta das mobilizações do dia. Para a data, estavam marcadas 1.086 consultas, mas, por causa da paralisação dos servidores técnico-administrativos da instituição, apenas 199 foram realizadas.
De acordo com a assessoria de imprensa do HC, todos os 27 ambulatórios do hospital tiveram restrição nos serviços. Só não foram afetadas as atividades nas áreas de hematologia, quimioterapia e oncologia.
Cirurgias eletivas também tiveram de ser reagendas, mas o órgão não soube precisar quantos procedimentos foram desmarcados. Serviços de urgência e emergência seguiram com os trabalhos normais.
Anteriormente, o HC já havia informado à comunidade sobre a possível paralisação dos servidores na instituição. A orientação é de que os pacientes que tiveram consultas ou exames marcados afetados pelo ato realizem novo agendamento, pessoalmente ou por telefone, diretamente nos serviços em que são atendidos (confira aqui os telefones).
O Dia Nacional de Mobilização e Paralisação nesta sexta-feira (30) teve manifestações já pela manhã em Curitiba. Os bancários fizeram atos no Centro e atrasaram a abertura de agências, que ocorreu apenas às 11 horas. Os petroleiros promoveram uma manifestação em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, Região Metropolitana de Curitiba (RMC) e bloquearam acessos a empresas que ficam nas proximidades. Professores também protestam desde as primeiras horas do dia e à tarde foi realizada uma manifestação das centrais sindicais no Centro Cívico.
Veja fotos dos protestos em Curitiba
O Sindicato dos Bancários da capital começou a se reunir no início da manhã no Centro da cidade. A categoria paralisou as agências do Centro até as 11 horas. Uma assembleia foi realizada no cruzamento do calçadão da Rua XV de Novembro com a Rua Monsenhor Celso. "A negociação salarial já está em andamento e se não tivemos uma propostas dos bancos até o dia 5 de setembro, nós entraremos em greve", disse o Diretor da entidade Junior Cesar Dias. Ele relatou que o trabalho nos bairros de Curitiba e a RMC tiveram atendimento como em dias normais, desde as 10 horas.
Na Repar, membros do Sindicato dos Petroleiros (Sindipetro) do Paraná e de Santa Catarina se reuniram a partir das 6 horas da manhã em frente à sede da refinaria e protestaram até as 9h30. Eles impediram a entrada dos funcionários e um grande ato ocorreu no local. Segundo o cálculo dos sindicalistas, havia 3 mil pessoas no protesto. "Como a gente segurou o pessoal aqui, não teve troca de turno, os funcionários que deveriam deixar seus postos as 7h30 continuaram trabalhando. À tarde vamos participar do ato no Centro", disse Leomar Setti, diretor do Sindipetro.
Uma carreata pelos portões da Repar foi feita como encerramento dos protestos. Os representantes dos trabalhadores utilizaram um carro de som, no qual os líderes do movimento fizeram discursos que citam constantemente o projeto de lei que trata da terceirização dos empregados em empresas privadas e órgãos públicos (PL 4.330/2044). Este é o principal motivo que leva os trabalhadores para as ruas do Brasil nesta sexta.
Professores protestam por 1988
Na Praça Santos Andrade, professores relembraram os 25 anos do conflito de 1988 em uma passeata. Os docentes irão até a Praça Nossa Senhora de Salette, no Centro Cívico.
O sindicato dos professores informou que os pais dos alunos foram oficialmente comunicados da paralisação com antecedência de que não haveria aula nesta sexta. A entidade estima que aproximadamente 90% de toda a categoria no estado deve aderir às mobilizações, em Curitiba e nas principais cidades do Paraná.
Protestos durante o dia
Servidores técnico-administrativos vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral do Estado do Paraná (Sinditest) que inclui os funcionários do Hospital de Clínicas (HC) e professores da rede pública estadual de mantêm os braços cruzados nesta sexta-feira (30), devido ao Dia Nacional de Mobilização e Paralisação.
Funcionários do Sindicato Estadual dos Servidores da Agricultura, Meio Ambiente, Fundepar e Afins (Sindiseab) também prometeu parar. Outra categoria que confirmou a participação nas manifestações mas esta apenas à tarde foi o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.
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