A travesti ferida na semana passada em um flat no bairro Bom Retiro, em Curitiba, prestou o primeiro depoimento dela à polícia nesta segunda-feira (8). A vítima recebeu um tiro na perna. Segundo ela, tudo ocorreu depois de uma discussão por causa do pagamento de um programa.

CARREGANDO :)

De acordo com o delegado Sivanei de Almeida Gomes, da Delegacia de Homicídios (DH), a travesti relatou que, na noite da última terça-feira (2), estava parada no cruzamento da Rua Cruz Machado com a Alameda Cabral quando foi abordada por um empresário. Ele teria solicitado um programa e os dois foram até o flat do homem. "Ela disse que, quando chegaram, pediu um pagamento antecipado, mas o homem não aceitou. Eles começaram a discutir e houve os disparos, segundo a vítima", conta o delegado Sivanei.

No depoimento prestado, a travesti diz que não se lembra de ter sido retirada do flat, pois estava desmaiada. Ela teria acordado em um matagal no bairro Pilarzinho, onde pediu socorro. Depois, acabou encaminhada para um hospital da capital.

Publicidade

Outra versão

Na última sexta-feira (5), o empresário acusado de ter atirado contra a vítima esteve na Delegacia de Homicídios. Ele afirmou às autoridades que disparou na travesti depois que ela tentou assaltá-lo dentro do flat, que fica em um prédio que pertence ao empresário. O homem alega que levou a vítima ao prédio para mostrar o flat, que ela teria demonstrado interesse em alugar.

O delegado ainda aguarda alguns laudos, como o resultado do exame do corpo de delito da vítima, e também o depoimento de moradores e funcionários que estavam no prédio onde a ocorrência foi registrada.

O acusado pode ser indiciado por tentativa de homicídio. Se for comprovado que ele abandonou a travesti sem atendimento, ele também poderá responder por omissão de socorro.

O caso

Publicidade

Segundo a Delegacia de Homicídios, na terça-feira, o empresário chegou ao prédio em seu Mercedez Classe A, por volta das 22h45, acompanhado da travesti. Os dois subiram a um dos flats e, em seguida, ouviu-se discussões e tiros. O acusado desceu e pediu ajuda dos funcionários para socorrer a travesti. Ela foi colocada em um Hyundai Santa Fé, que pertence ao filho do empresário, e levada pelos dois do local. A travesti foi encontrada por um homem em uma rua do Pilarzinho, duas horas depois.