Uma nova fuga foi registrada no 12º Distrito Policial de Curitiba, em Santa Felicidade, na madrugada deste domingo (12). Entre tumultos, fugas e tentativas de fugas, esta é a oitava ocorrência desde outubro do ano passado na unidade, que, assim como demais distritos de Curitiba, sofre com superlotação e sérios problemas de infraestrutura.
O delegado do 12º, Vinícius Augustus de Carvalho, conta que três presos conseguiram fugir desta vez. Estes detentos foram presos na semana passada, quando uma equipe de plantão deteve sete pessoas durante uma ronda policial.
Os sete "novos detentos" foram colocados em uma cela improvisada, pois não havia como colocá-los juntos com os outros 40 presos do local alojados em duas outras celas improvisadas já que os outros quatro espaços da unidade foram totalmente destruídos em motins anteriores.
A cela montada de improviso foi facilmente rompida pelos detentos. Três deles conseguiram fugir. Dois já haviam conseguido alvará de soltura, e os demais não aderiram à fuga. Hoje, o distrito que tem 16 vagas, conta com 42 presos.
"Como houve uma destruição aqui [no 12° DP] e houve algumas transferências, os presos se acham no direito de fazer rebelião para conseguir vagas. Mas é uma situação complicada tanto para nós quanto para eles, que não têm direito a uma visita afetiva, a um banho de sol. Nessas celas improvisadas, nem colchão eles têm", relata o delegado.
Histórico
No dia 11 de outubro do ano passado, a carceragem foi interditada pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol) para garantir a segurança de policiais e presos devido à superlotação do espaço e também como uma forma de protesto contra a guarda de presos em delegacias. No dia, havia 90 presos na unidade.
Seis dias depois, 22 detentos foram transferidos do local pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Seju), sob pressão do Sinclapol.
Mesmo com a transferência, poucos dias após houve uma tentativa de fuga ocorreu no distrito. Foi necessária a atuação da Polícia Militar, do Cope e da Guarda Municipal para controlar a confusão. Pelo menos dois presos ficaram feridos precisaram ser atendidos por ambulâncias.
Quatro dias depois, houve uma nova rebelião na delegacia. Os presos quebraram quatro de cinco espaços utilizados como cela. O motivo foi as más condições da delegacia. Os policiais que atendem no distrito chamaram ajuda da Polícia Militar, Guarda Municipal e outros policiais civis para acalmar os ânimos dos detentos.
No dia 9 de dezembro, 17 presos conseguiram fugir do 12º DP. Um dia depois, três haviam sido recapturados. Os presos escaparam pela janela de ventilação localizada no teto da área onde estavam.
Outra tentativa de fuga ocorreu noNatal de 2013. Cerca de 10 presos que estavam em uma cela estouraram um cadeado e tentaram fugir durante a tarde. Policiais de plantão evitaram a fuga.
Este ano, o primeiro caso foi registrado dia 2 de janeiro, quando os em um protesto pela manhã os presos quebraram uma das câmeras do local.
Nem uma semana depois, outro tumulto ocorreu no local. De acordo com um dos investigadores do 12º DP, os protestos ocorreram por cerca de 20 minutos. Os presos reclamavam da superlotação e pediam transferência para outros locais.
- Em noite violenta, Campinas tem 13 assassinatos
- Cinco presos são aprovados no vestibular da UEL
- OAB vai propor ações contra governadores pela situação dos presídios
- Em 40 dias, 360 presos de Curitiba são transferidos para presídios
- Paraná deve levar modelo prisional para o Maranhão
- Depois de mais de 8h de negociação, refém é liberado em penitenciária de Piraquara
- 50 presos de Araucária são transferidos a outras delegacias da região