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Em menos de 10 dias, três travestis foram mortas a tiros em Curitiba. O caso mais recente aconteceu na madrugada desta terça-feira (6), na Rua Visconde de Nácar, região central da cidade. Um levantamento do Centro Paranaense de Cidadania (Cepac) aponta que 30 travestis foram assassinadas na capital paranaense entre 2006 e 2007. Nenhum dos casos teria sido solucionado. Uma manifestação pelo fim da violência está programada para o próximo dia 18.

A última vítima foi encontrada por volta da 1 hora em frente a um hotel. Testemunhas contaram à polícia que ouviram três tiros. Até por volta das 19 horas, a travesti ainda não havia sido identificada. O polícia só sabia que ela usava Jennifer como nome de "guerra". Os outros dois assassinatos aconteceram no bairro Atuba. Alexsander Botelho, conhecido como Fernanda, foi assassinado a tiros na BR-476 na madrugada de segunda-feira (4). No dia 27 de abril, Douglas Martins, 28 anos, que usava o nome de Juliana, foi morto no mesmo local. O delegado Hamilton da Paz, titular da Delegacia de Homicídios, disse que os três casos estão sendo investigados, mas ele diz não acreditar que haja ligação entre os crimes.

Segundo o delegado, as testemunhas ouvidas informaram que Jennifer tinha dívidas com traficantes de drogas. Já no caso de Martins, uma das linhas de investigação é de que o crime foi cometido por um cliente que teria sido assaltado pela travesti. "Nenhuma hipótese foi descartada, mas nada indica homofobia", afirmou Paz.

O delegado não vê uma ligação direta entre os crimes e a recente descoberta de um grupo de neonazistas em Curitiba. Já o coordenador do centro de referência LGBT do Cepac, Márcio Marins, conta que tem recebido diversas denúncias de homossexuais agredidos por grupos de skinheads em Curitiba. "Só esta semana houve dois casos de agressão, um travesti e uma jovem lésbica", contou.

No dia 23 de março, um estudante do curso de Ciências Sociais da Universidade Federal do Paraná (UFPR) foi brutalmente espancado, na região do Alto da XV. O rapaz foi agredido com socos, pontapés e pedradas por um grupo de aproximadamente dez homens de cabelos raspados, vestindo suspensórios e calçando botas – o que indicaria serem skinheads de orientação neonazista. O estudante sofreu duas fraturas no maxilar. Manifestação

A Aliança Paranaense pela Cidadania LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) programou uma manifestação para o dia 18. O grupo vai se concentrar a partir das 10h30 da Boca Maldita e seguirá em direção à Câmara de Vereadores. Neste dia, oito entidades e ONGs que compõem a aliança, estarão realizando um seminário sobre direitos humanos. "Queremos mostrar para todos que já basta de violência", disse Marins.

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