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Curitiba

Trio acusado de espancar idosa até a morte é preso em Curitiba

A Polícia Civil prendeu, na manhã desta terça-feira (12), três suspeitos de terem espancado até a morte a artista plástica Irene Rolek, de 87 anos. O crime aconteceu na última quarta-feira (6), na Rua Ermelino de Leão, no bairro São Francisco, em Curitiba. Entre os detidos estão dois homens e um adolescente de 17 anos. O trio também agrediu a irmã de Irene, a farmacêutica aposentada Sophia Rolek, que recebeu alta no final da tarde de segunda-feira (11).

Os três suspeitos foram apresentados às 16h na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) de Curitiba. A polícia formalizou pedido de prisão dos primos João Maria Alves Filho e Alisson Henrique Cordeiro, ambos de 18 anos. O menor de idade foi encaminhado à Delegacia do Adolescente. De acordo com a polícia, eles confessaram o crime.

Os presos, que trabalhavam a mando de um tio em pequenos consertos na casa das idosas, confirmaram que eram bem recebidos pelas irmãs. Segundo Cordeiro, as idosas não só pagavam preços elevados pelo serviço, como também serviam bolacha e café durante a tarde. As idosas pagavam os serviços em dinheiro, o que "chamou a atenção" dos criminosos, como confessou Cordeiro.

O plano dos bandidos era entrar pelo teto e descer por um alçapão. Mas o assoalho de madeira não resistiu ao peso dos três e cedeu justamente no quarto das irmãs. Assustadas, elas gritaram. O trio então espancou as duas. Irene não resistiu e morreu.

Sophia, com sinais de esganadura e hematomas no rosto, foi encaminhada ao Hospital Evangélico, onde recebeu alta no final da tarde de segunda-feira. Boletim assinado por três médicos da instituição dá conta que a paciente apresenta "quadro clínico estável" após seis dias de internação.

Investigação

"Encontramos um pote cheio de recibos (na casa da vítima)", explicou o superintendente da DFR, Carlos da Velha. Em um dos bilhetes havia o telefone de um dos acusados. As pistas apontaram para uma casa no Jardim Monza, em Colombo, região metropolitana de Curitiba. Nos recibos estavam registrados alguns valores pagos por serviços realizados pelos presos: R$ 5 mil para o conserto de uma torneira e R$ 3,2 para a troca da caixa de correspondência.

O delegado-titular da delegacia especializada, Luiz Carlos de Oliveira, suspeitava que a autoria seria de alguém conhecido das idosas. Também havia a suspeita de um deles ter se machucado na queda. Cordeiro quebrou o pé direito. Os outros dois envolvidos tentaram fugir, mas foram detidos por investigadores da DFR.

Depois do assassinato, o trio fugiu a pé até o Largo da Ordem, no centro histórico de Curitiba, onde pegou um táxi por volta das 2h30. "Gostaríamos que o taxista se apresentasse e nos ajudasse a esclarecer o caso", pediu Oliveira. De acordo com o delegado, o trio foi buscar cuidados médicos em um pronto socorro do bairro Alto do Maracanã e não pagou a corrida.

O tio dos bandidos, identificado como Cláudio e responsável por fazer os consertos na casa das idosas e contratante informal dos sobrinhos, foi ouvido pela polícia de tarde. Ele nega envolvimento no crime e não quis falar com a imprensa.

Outro lado

Apesar da polícia ter registrado que o trio confessou o crime, à imprensa João Maria Alves Filho negou. "Nem sei por que estou preso", afirmou. Ele confirma que prestava serviço às idosas. O menor de idade não se manifestou.

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