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UFPR descarta negociação enquanto prédio da Reitoria estiver ocupado

Ocupação chega ao terceiro dia | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Ocupação chega ao terceiro dia (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

A assessoria de imprensa da Universidade Federal do Paraná (UFPR) afirmou que não haverá nova reunião de negociação com os alunos em greve enquanto a ocupação na Reitoria continuar. Estudantes que ocupam o prédio esperavam para esta quarta (2) um encontro com representantes da universidade para dialogarem sobre as reivindicações que embasam a greve estudantil. A ideia era de que as decisões da reunião pudessem pôr fim à ocupação, que chega ao seu terceiro dia.

Sem a retomada das negociações, o comando da greve dos alunos afirmou que irá permanecer no prédio da Reitoria por tempo indeterminado.

“A gente tem uma série de reivindicações e não vamos desocupar a Reitoria até que a universidade atenda esses pedidos”, afirmou Graziela Oliveira, uma das integrantes do movimento. Segundo a estudante, que cursa Publicidade e Propaganda, o comando de greve ainda não foi informado oficialmente da suspensão da reunião que deveria ocorrer nesta tarde.

Nesta quarta-feira de manhã, a assessoria de imprensa da UFPR disse que não existe negociação enquanto o prédio estiver ocupado. O órgão ressaltou que a permanência dos alunos no prédio é “desnecessária”, e que foi este comportamento que levou a universidade a romper, temporariamente, a negociação com os alunos.

O primeiro encontro com os estudantes para avaliar a reivindicação feita por eles ocorreu na última quinta-feira (27). Sem acordo, uma nova reunião foi proposta para segunda-feira (31) – quando a Reitoria foi invadida. Desde este dia, a UFPR considera as negociações como temporariamente suspensas.

Nesta terça (1°), A direção da universidade emitiu uma nota repudiando a ocupação do prédio da Reitoria. No texto, a instituição diz que a atitude dos alunos foi “radical” e que isto “constrange uma das partes e interrompe o diálogo franco e produtivo”.

“Um processo de negociação não pode ser conduzido sob ameaça da liberdade de uma das partes de exercer plenamente seu mandato em nome de toda sua coletividade. A Reitoria recomenda ponderação e tranquilidade neste momento de tensionamento e aguarda o retorno do bom senso a este movimento e à normalidade institucional”, diz a nota.

Segundo a UFPR, o prédio ocupado congrega as atividades dos Conselhos Superiores, da Procuradoria Federal Especializada na UFPR, da Comissão de Progressão de Pessoal Docente, do Gabinete da Reitoria e da Pró-Reitoria de Planejamento, Orçamento e Finanças. As unidades da Pró-Reitoria são responsáveis por todas as atividades financeiras da UFPR, inclusive pagamentos a fornecedores, a bolsistas e demais obrigações orçamentárias da UFPR.

Reivindicações aumentam

O número de reivindicações do comando da greve da UFPR aumentou de cinco para sete desde o início da deflagração do movimento. Na madrugada desta terça, os alunos propunham como exigências para o fim da greve a continuidade das negociações (inclusive a manutenção da reunião desta quarta); a suspensão do calendário letivo da universidade; a não criminalização dos grevistas; respostas por escrito e assinadas das pautas já negociadas verbalmente; melhora na assistência estudantil, e devolução imediata do prédio do DCE (Diretório Central dos Estudantes), que foi fechado para reforma.

Na tarde do mesmo dia, outro pedido foi feito: o recuo no corte de 56 bolsas de pesquisa que teriam sido realizados pela UFPR, bem como o fim dos atrasos nos pagamentos das bolsas de iniciação científica.

Nesta quarta pela manhã, o comando de greve confirmou que os alunos também requerem a abertura do orçamento da universidade.

“É uma pauta unificada, não só nossa, mas também dos técnicos e professores daqui. E é algo que eles não precisam de tempo. Basta abrir”, comenta a estudante Graziela.

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