Quem anda pelo Parque Barigui, na frente do Espaço Maggiore, costuma encontrar um grupo de patinadores ziguezagueando em meio a cones durante os fins de semana. Eles também saem em comboio, dando voltas pelo espaço e promovem diversos passeios pela cidade ao longo do ano.
A iniciativa de reunir os praticantes de dois grupos dedicados ao esporte, o Patins Barigui e o seu co-irmão Curitiba Slalom Club, partiu de veteranos das rodinhas e vem fortalecendo a patinação na capital paranaense.
Atualmente, as atividades dos grupos chegam a mobilizar até 150 patinadores nos dias mais movimentados. Em uma rede social, o grupo Patins Barigui, que é voltado à patinação recreativa, possui mais de 1.700 membros.
Patinadores reclamam de falta de apoio e de espaço adequado
Na avaliação de Djeison Ristow, atual quinto colocado no ranking nacional da modalidade slalom, na qual o patinador se movimenta entre cones, um dos problemas que a patinação enfrenta em Curitiba é a baixa quantidade de lugares adequados e falta de estímulo dos governantes locais às equipes que participam de eventos nacionais e internacionais.
“Tivemos um evento importante no Nordeste e nossos competidores foram conseguir patrocínio com a prefeitura de São José dos Pinhais. A prefeitura de Curitiba, claro, tem mais condições de se engajar nessas atividades do que a de São José dos Pinhais”, disse.
A meta do grupo agora é criar uma sociedade sem fins lucrativos para promover competições na cidade. Em abril, por exemplo, o grupo Curitiba Slalom Club promoveu o 3º Campeonato de Patinação Freestyle da capital paranaense.
“Queremos continuar realizando esses eventos. Com a possibilidade de pleitear recursos públicos, podemos organizar melhor os campeonatos e aumentar mais a paixão pelos patins em Curitiba”, diz a psicóloga Letícia Weigert.
“O esporte da patinação passou por uma febre muito grande no final da década de 1990 no Brasil, mas depois esse interesse diminuiu. Hoje, as pessoas que estão chegando à patinação já vêm com uma mentalidade diferente. Estão mais informadas e encontram uma atividade prazerosa nos laços com os outros membros”, explica Mauro César, conhecido como Cobaia, octacampeão brasileiro de velocidade e professor de patins.
Num sábado, a reportagem da Gazeta do Povo encontrou cerca de 30 patinadores no parque, a maioria de mulheres entre 20 e 40 anos. “Isso levando em consideração que estamos no meio de um feriado”, observou Carlos Eduardo Kaimoto Uyemura. “Nossa intenção é que mais pessoas ingressem no grupo. Com isso, a gente pode conseguir melhores condições para praticar o esporte.”
Para a estudante de psicologia Letícia Weigert, uma das coisas mais gostosas é a convivência com os colegas patinadores. “Brinco que às vezes coloco meus patins e venho aqui só para conversar”, conta.
Além daqueles que buscam amizades, há muita gente subindo nas rodinhas para sair da ociosidade. Decidida a praticar um esporte como resolução de Ano Novo, a vendedora Tatiana Dias conta que buscou inspiração em uma amiga do grupo para se exercitar. “Agora sinto falta quando não consigo patinar. Depois que a gente se apaixona, não dá para largar mais.”
Quedas
A corretora de seguros Tatiane Kangerski comprou seu par de patins há quatro anos, mas desistiu depois de um tombo. “Há seis meses, tomei coragem e trouxe mais amigas para vir comigo.”
Segundo Uyemura, é comum pessoas pedindo informações sobre aulas e equipamentos. “Tentamos transmitir noções básicas. Quanto aos equipamentos, existe muita troca e venda entre nós mesmos. Ainda que mais caras, sempre recomendamos peças que tenham maior qualidade e durabilidade”, completa.
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