Palco de grandes eventos ao longo de sua história, área do Centro Cívico é pouco frequentada no dia a dia pela população, sendo reduto hoje de funcionários públicos| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Visitação

Arquiteta faz inventário do Palácio Iguaçu

A arquiteta Josilena Gonçalves, autora de uma tese de mestrado sobre o processo de consolidação da arquitetura moderna no Paraná, tem voltado ao Centro Cívico para inventariar as obras de arte e móveis do Palácio Iguaçu e, ao fim, propor uma visitação guiada a turistas e estudantes dentro do prédio. A proposta é apoiada pelo governo do Estado, embora ainda esbarre em questões práticas, como a contratação e treinamento de guias e a abertura do espaço aos fins de semana. "Estamos preparando para abrir (o Palácio Iguaçu). Mas para isso ainda é preciso qualificar as pessoas, para que a origem e importância das obras de arte e outros objetos sejam explicados. Se é para fazer, vamos fazer do jeito certo", afirma o chefe do Cerimonial do Palácio Iguaçu, Luiz Roberto Pinho Borges.

Em outra frente, o historiador Jair Elias dos Santos Júnior, autor de um livro sobre a construção do prédio, tem defendido a interrupção de eventos dentro do Palácio, principalmente no Salão Nobre, que podem comprometer a conservação dos móveis históricos. "Se não houver um cuidado especial, o pouco que sobrou da originalidade do Palácio Iguaçu será destruída em pouco tempo", alerta Elias.

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"Apesar de não ter se concretizado da maneira como foi projetado, o Centro Cívico é um museu a céu aberto de toda a trajetória da arquitetura moderna, em seus diferentes momentos. E por isso merece ser mais valorizado"

Josilena Gonçalves, professora da UFPR mestre e doutora em Arquitetura

Criança brinca aos pés da estátua do
Fachada do Palácio da Justiça
Interior do prédio anexo à Assembleia Legislativa
Interior do prédio anexo à Assembleia Legislativa
Vista aérea do Centro Cívico, com o Palácio Iguaçu ao fundo
Vista dos prédios da Assembleia Legislativa e da sede do Tribunal de Justiça (à direita)
Vista da Avenida Cândido de Abreu com o Palácio Iguaçu ao fundo
Vista aérea do Centro Cívico
Fachada do Palácio Iguaçu
Fachada do Palácio da Justiça
Palácio Iguaçu
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O Centro Cívico de Curitiba – ou do Paraná, como reforçam historiadores e urbanistas – será oficialmente um sexagenário a partir desta quinta-feira. Chega aos 60 anos enfim reconhecido como patrimônio histórico estadual, mas ainda distante de ser visto como um símbolo afetivo pelos próprios curitibanos que, volta e meia, caminham por suas imediações sem conhecer a fundo as idas e vindas vividas pelos imóveis nas últimas seis décadas. Rotulado como um museu a céu aberto, o Centro Cívico ainda clama para ser desvendado.

INFOGRÁFICO: Confira a área tombada e detalhes dos imóveis

FOTOS: Galeria de imagens dos prédios que compõem o Centro Cívico

Para arquitetos, historiadores e autoridades da Secretaria de Estado da Cultura, o estreitamento dos laços da população com a região que nasceu justamente com o intuito de "unificar o Paraná" passa por uma medida simples no conceito mas complicada na prática: a "abertura" dos prédios históricos para visitação. Não é segredo, por exemplo, que o imóvel mais visitado e "querido" pelos turistas e paranaenses na região do Centro Cívico é o Museu Oscar Niemeyer (MON) – prédio que nem sequer constava da proposta original do governador Bento Munhoz da Rocha Neto, em 1951.

"Aquele monumento ou prédio que se abre, e as pessoas passam a desfrutar dele, conviver no local, acaba sendo adotado pela população. Ninguém sabe, por exemplo, que no Tribunal de Contas e no Tribunal de Justiça há museus. Só cria vínculo com o espaço quem desfruta dele", afirma o conselheiro do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Cepha) Marcos Meyer.

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