Marcas de areia na roupa e no calçado de um homem de 43 anos levaram a Polícia Civil a prendê-lo como suspeito da autoria do assassinato da psicóloga e professora Telma Fontoura, 53 anos. Ele foi preso no Balneário Shangri-lá, no município de Pontal do Paraná, no litoral do estado, no fim da tarde de terça-feira (13), e foi apresentado à imprensa na manhã desta quarta-feira, em Curitiba. O músico curitibano Paulo Estevão de Lima, que mora no litoral há sete meses, teve a prisão temporária decretada por 30 dias e poderá ocorrer a prorrogação por mais 30. Ele nega participação no crime e disse que estava assistindo à final da Copa do Mundo na pousada. O suspeito tem passagem pela polícia por roubo.
A psicóloga foi encontrada morta no balneário de Shangri-lá na segunda-feira (12). Telma saiu para caminhar pelo balneário na tarde de domingo (11), por volta das 16h30, e não voltou. As buscas foram iniciadas na noite de domingo e o corpo foi encontrado por volta das 10 horas de segunda-feira.
O pai da psicóloga, o médico e ex-secretário de Saúde, Ivan Fontoura, tem casa no litoral há 20 anos. A psicóloga conhecia bem o balneário e tinha o costume de caminhar na praia nos fins de semana. Telma estava em férias no litoral desde a última quinta-feira (8). Ela estava em um sobrado que tinha comprado há dois anos.
A psicóloga trabalhava há 27 anos na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e lecionou nos cursos de Psicologia, Enfermagem, Odontologia e Nutrição. Ela era conhecida como "Miss Ternurinha" entre os amigos, os quais a descreveram como uma pessoa meiga, tranquila e que gostava de reunir amigos e familiares.
De acordo com o delegado de Pontal do Paraná, José Antônio Zuba, responsável pelas investigações, havia vestígios de areia e restinga na barra da calça de Lima, sendo que a areia estava pressionada, como se o suspeito tivesse carregado algo. A polícia apreendeu um tênis do suspeito na pousada onde ele mora em Shangri-lá. Na sola do tênis, há o formato de um triângulo e, segundo o delegado, uma marca compatível com a do tênis de Lima foi encontrada na areia da praia, próximo ao local onde o corpo da psicóloga foi localizado.
Outro motivo que levou a polícia a prender Lima foi que familiares da vítima disseram ter visto o suspeito na região na noite de domingo por três vezes durante as buscas pelo corpo de Telma.
A roupa passará por perícia e a polícia seguirá com as investigações.
Cremação
O corpo da psicóloga seria cremado na tarde de terça-feira (13), em Campina Grande do Sul, na região metropolitana, porém, a cerimônia foi suspensa pela Justiça. O corpo deve passar por novos exames no Instituto Médico Legal (IML) de Curitiba. A família aguardava a autorização para poder cremar o corpo de Telma.
O corpo havia sido liberado pelo IML de Paranaguá na terça-feira e foi velado em Curitiba durante o período da manhã e da tarde. O corpo está sob a guarda da Funerária Vaticano.
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