Os estragos provocados pelas chuvas na Vila Barigui, na CIC, em Curitiba, ainda estão bem visíveis: em frente às casas, roupas, calçados, colchões e móveis foram postos ao sol para secar. Enquanto isso, as famílias tentam retomar a rotina, limpando as casas e avaliando o que dá para salvar.
As marcas nas paredes da casa da aposentada Ana Maria Morito, de 63 anos, comprovam que a água ultrapassou 1,5 metro de altura. Quase uma semana após o alagamento, ela ainda lavava roupas encharcadas e tentava os secar colchões e os poucos móveis recuperáveis. Situação semelhante à de Vania Alcasse, 32, que viu a água subir 1 metro em sua casa. "Não perdi quase nada porque lavei tudo: sofá, cama, roupas, calçados, até meus documentos consegui salvar. Estou desde domingo nessa lida", conta. Vania jamais tinha visto uma enchente nessas proporções na Vila Barigui.
Doações
O Programa do Voluntariado Paranaense (Provopar) continua a receber doações para o socorro das vítimas da chuva em todo o Paraná. De acordo com Silvana Aichinger, diretora social da instituição, até ontem foram distribuídos 23.760 cobertores, 36.610 peças de roupas, 3.667 fraldas, 250 colchões, 851 kits-cama, 8.928 pacotes de salgadinhos, 270 latas de leite em pó, 860 litros de leite e 1.442 cestas básicas, totalizando mais de 21 toneladas de alimentos não perecíveis. Os produtos mais necessários ainda são colchões e alimentos.
A Fundação de Ação Social (FAS) e os Centros de Referência em Ação Social (CRAS) também estão recebendo donativos para atender os atingidos na CIC, Pinheirinho, Cajuru e Boqueirão. O item cuja demanda é maior também é o colchão, seguido de alimentos. Até agora, a FAS já entregou 1.400 colchões, além de 2.450 cestas básicas, 600 kg de alimentos a granel e 1,5 mil cobertores.
A sede do Provopar fica na Rua Sergipe, 1712, no Guaíra. A da FAS (www.fas.curitiba.pr.gov.br) é na Rua Eduardo Sprada, 4520, no Campo Comprido.
Protesto
Um grupo de 50 moradores da Vila Barigui, em Curitiba, fechou ontem o cruzamento das ruas João Bettega e Desembargador Cid Campello, na CIC, para protestar contra os prejuízos causados pelos alagamentos. Aos gritos de "Da Copa eu abro mão, quero saúde, moradia e educação", o grupo conseguiu agendar uma reunião com representantes da prefeitura para que se tente solucionar o problema.