O número crescente de grávidas com zika em Colorado delineia um desafio para a Secretaria Municipal de Saúde. O município de 23 mil habitantes possui sete postos de saúde e um único hospital com 40 leitos, que atende também outros oito pequenos municípios da região.
A estrutura e especialidades médicas disponíveis só atendem casos de baixa e média complexidade. Exames, tratamentos e cirurgias mais complexos são encaminhados para Maringá, a 86 quilômetros de distância. O secretário de saúde, Valdomiro Zanardi, reconhece que a cidade não teria condições de assistir adequadamente a uma criança nascida com microcefalia.
Por enquanto, pouco muda. A obstetra Rafaela de Almeida, que acompanha os casos na rede pública de saúde do município, explica que o pré-natal é o mesmo – apenas o número de ultrassons aumenta. Após o nascimento, o bebê deve passar por acompanhamento e avaliação global, para verificação de possíveis danos cognitivos e motores associados ao zika. Como e onde isso será feito, no entanto, ainda não foi definido. “Sem dúvida será um desafio para a saúde pública do município e do estado. É muito frustrante ver o teste positivo para zika porque não tenho como ajudar essas mulheres, não há nada que possamos fazer depois da contaminação, só aguardar. A angústia é grande, o vírus está associado a sequelas gravíssimas, mas é importante lembrar que o teste positivo não é uma sentença”, diz a médica.