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caso carli filho

Yared diz que levará prova de multa ao Gaeco nesta quarta-feira (20)

Reprodução da postagem feita por Gilmar Yared na rede social | Reprodução/Facebook/
Reprodução da postagem feita por Gilmar Yared na rede social (Foto: Reprodução/Facebook/)

Gilmar Yared, pai de um dos jovens mortos no acidente que envolveu o ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, em 2009, em Curitiba, deve levar na tarde desta quarta-feira (20) ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a imagem de uma multa de infração de trânsito ocorrida quatro minutos antes e a poucos metros do local da colisão.

Segundo Yared, a família recebeu a imagem da multa somente na última segunda-feira (18). Ele postou a imagem no seu perfil do Facebook na terça-feira (19). A imagem comprovaria que os radares do local estariam funcionando – o que desmentiria o “apagão” nos aparelhos da via, como foi divulgado após o acidente.

O documento postado por Yared foi entregue por um cidadão que não quer se identificar. No entanto, a multa em questão não existe em papel. “A pessoa em questão contou que não tinha mais a multa em papel”, diz Yared. Ele enviou à família uma cópia da multa que teria compartilhado na época na extinta rede social Orkut. “Nós temos o nome e o telefone do cidadão. Vamos levar essa imagem ao Gaeco”, relata Yared.

O coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, afirmou que até o momento não tem conhecimento de tal documento. “Essa informação, no momento, inexiste. Não chegou nada ao Gaeco”, disse.

Com base em dados repassados pela empresa Consilux, a prefeitura de Curitiba confirma que foi emitido um auto de infração na Rua Ivo Zanlorenzi, à 0h50 do dia 7 de maio de 2009, para um automóvel VW Gol 1.0, como consta no documento postado por Yared. “O radar que registrou a infração estava localizado na altura do número 940 da Rua Ivo Zanlorenzi, próximo ao Rio Barigui”, diz a nota da prefeitura.

Carli Filho é acusado de duplo homicídio com dolo eventual em razão de estar embriagado e em alta velocidade, assumindo o risco de matar ao dirigir. Na semana passada, o presidente do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski suspendeu o júri do ex-deputado, que estava marcado para o próximo dia 21, até que um recurso pendente seja julgado.

O “apagão”

Na época do acidente, os radares das ruas Pedro Viriato Parigot de Souza e Monsenhor Ivo Zanlorenzi, as vias rápidas que cortam o bairro Mossunguê, local do acidente, chegaram a registrar a passagem de centenas de carros nas horas anteriores ao acidente. Mas, o carro que estava sendo usado por Carli Filho no momento do choque não constou nos registros, que captam até mesmo os veículos que não excedem o limite de velocidade.

Informações da época apontam que o radar mais próximo do acidente fica na Ivo Zanlorenzi, quase na esquina com a Rua Gra Nicco, a cerca de 600 metros do local da colisão. O aparelho gravou as placas de 210 carros das 23 horas do dia 6 de maio às 2 horas do dia seguinte. Mas, estranhamente deixou de registrar as passagens de carros por uma das faixas. Segundo os relatórios anexados no inquérito, durante três horas a faixa mais próxima do radar não foi trafegada por nenhum veículo.

Procurada pela reportagem, a Consilux, empresa que operava os radares na época, informou que o contrato firmado com a prefeitura de Curitiba foi encerrado em 2009 e que a empresa não possui mais os registros do período.

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