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Pastas que serão comandadas pelo PMDB é o principal foco de discussão no Planalto. | Ana Volpe/Relações Públicas
Pastas que serão comandadas pelo PMDB é o principal foco de discussão no Planalto.| Foto: Ana Volpe/Relações Públicas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarca na manhã desta quinta-feira (1.º) para Brasília a pedido da presidente Dilma Rousseff com a missão de debelar a crise provocada pela reforma ministerial. A mais recente queda-de-braço é entre os senadores Eunício Oliveira (PMDB-CE), líder do PMDB na Casa, e o pedetista André Figueiredo. O peemedebista se recusa a aceitar a nomeação de Figueiredo para o Ministério das Comunicações, que ficará com o PDT. Como ambos são do Ceará, Eunício diz que sofrerá retaliação. Dilma havia prometido cortar dez pastas em sua reforma ministerial. Pelo último desenho, seriam eliminadas nove.

A relação do Planalto com o PMDB, que há meses está conturbada, começou a se redesenhar nesta quarta (30), quando Dilma cedeu a pressões do partido e de Lula e afastou do coração de seu governo o petista Aloizio Mercadante, substituindo-o na chefia da Casa Civil por Jaques Wagner, hoje na Defesa. A troca e a ampliação do naco do PMDB de seis para sete pastas devem garantir, na avaliação de assessores, o apoio de no mínimo 50 dos 66 deputados do partido para evitar abertura de um processo de impeachment contra a presidente. Ela precisa de ao menos 172 deputados para barrar um pedido de impedimento, que, para passar, carece de 342 votos dos 513 da Câmara.

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Mercadante, que volta à Educação, era citado por petistas e peemedebistas como desagregador. Lula defendia sua substituição desde o início do segundo mandato, mas reclamava de não ser ouvido.

Mais poder

Com a mudança, o ex-presidente conseguiu convencer Dilma a aumentar o poder do PMDB e, assim, tentar ao menos postergar um eventual desembarque do governo -em novembro, o partido fará um congresso para discutir a saída.

Dilma já definiu o nome de cinco ministros peemedebistas: Eduardo Braga (Minas e Energia), Kátia Abreu (Agricultura), Eliseu Padilha (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos) e Henrique Eduardo Alves (Turismo). Ela está fechando os nomes dos indicados pela bancada da Câmara para a Saúde, hoje com o PT, e a Ciência e Tecnologia, da qual sairá Aldo Rebelo (PC do B) para substituir Wagner na Defesa. Na Saúde, o mais cotado é o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI). Para Ciência e Tecnologia, Celso Pansera (PMDB-RJ). Ambos sugeridos pelo líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ).

Dilma continua sendo pressionada por aliados de Lula a trocar José Eduardo Cardozo (Justiça). Lula queria trocá-lo pelo ex-ministro Nelson Jobim, peemedebista e advogado que tem atuado na defesa de empreiteiros na Lava Jato.

No campo petista, Dilma vai fundir os ministérios da Previdência, Trabalho e Desenvolvimento. Fará o mesmo com as três secretarias que têm status de ministérios: Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos formarão o Ministério da Cidadania.

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