A polícia do Rio de Janeiro indiciou nesta terça-feira os cinco acusados de participar da morte do menino João Hélio Fernandes, de 6 anos, morto após ser arrastado por sete quilômetros quando estava preso a um carro na semana passada.
Os quatro maiores de idade envolvidos no crime foram indiciados por latrocínio, formação de quadrilha e corrupção de menores. Já o menor de 16 anos só não foi enquadrado no crime de corrupção de menores.
``Os maiores podem pegar 40 anos de prisão sendo que com os agravantes a pena pode chegar a 60 anos em caso de condenação'', disse o delegado Adilson Palacio, um dos responsáveis pelo caso.
O menor de idade pode pegar até 3 anos de reclusão. Os cinco acusados foram submetidos a uma acareação.
Houve confusão e alguns carros foram apedrejados durante a chegada dos maiores de idade à delegacia. Eles foram chamados de ``assassinos''. O menor chegou em uma ambulância para tentar despistar as pessoas que se concentravam em frente à delegacia. Mesmo assim, houve tumulto.
João Hélio ficou preso ao cinto de segurança quando sua mãe tentava retirá-lo do carro durante assalto no Rio. Ele foi arrastado por quilômetros e não resistiu.
Segundo o delegado, Carlos Eduardo Lima conduzia o veículo e foi o único a negar o crime.
``Sou inocente. Foi uma tragédia. Quero morrer hoje se eu não for inocente'', disse Carlos Eduardo ao ser apresentado aos jornalistas.
``Você (Carlos) ameaçou todo mundo'', afirmou Diego Silva, outro acusado do crime.
O delegado disse à imprensa que a namorada de Carlos Eduardo negou que estivesse com ele na noite do crime. ``Carlos Eduardo era o chefe do bando...o que mais me impressionou foi a frieza deles. Todos viram e sabiam que o corpo estava sendo arrastado'', acrescentou Palacio.
Moradores do Rio de Janeiro vestiram preto na terça-feira para manifestar o luto pela morte do menino. A missa de sétimo dia foi celebrada no bairro de Piedade, zona norte.
Pais e amigos de João Hélio organizaram uma passeata nesta terça, e na quarta-feira entidades de proteção a menores celebrarão uma missa e uma passeata no Rio de Janeiro.
Deixe sua opinião